Decisão

Com mais tempo na TV e maior debate sobre a cidade, Psol avança em Sorocaba

Segundo pesquisa de instituto da região, candidato já ultrapassou adversário José Crespo, do DEM, do qual estava atrás mais de 20 pontos percentuais no encerramento do primeiro turno

Assembleia Legislativa

Candidato do Psol chegou ao segundo turno com apenas 18 segundos na TV, com ajuda das redes sociais

São Paulo – O candidato do Psol à prefeitura de Sorocaba, Raul Marcelo, é considerado uma surpresa. Não apenas por ter chegado ao segundo turno na cidade do interior paulista, região reconhecidamente conservadora, como por estar muito próximo de ser o próximo prefeito. Segundo pesquisa de um instituto regional, o IPeso, divulgada ontem (27), ele já ultrapassou seu adversário, José Crespo (DEM), estando com 51,2% dos votos contra 48,8% do conservador. A ascensão impressiona, já que ele obteve 25% no primeiro turno, ante 45,18% do adversário. Segundo o Ibope de uma semana atrás, Marcelo se aproximava do conservador e já tinha 48% dos votos válidos, contra 52%.

Segundo o candidato do Psol, advogado, técnico em processamento de dados e deputado estadual, a participação da coletividade na construção do programa de governo e na própria campanha foi importante para a consolidação da candidatura, principalmente no primeiro turno, quando tinha apenas 18 segundos de horário eleitoral. “Trabalhamos um ano inteiro para montar um programa de governo, e consegui passar pelo primeiro turno com 18 segundos em TV e rádio. Quando entrou no segundo turno, pude mostrar os projetos na televisão”, diz.

O papel da internet e das redes sociais no primeiro turno foi fundamental para disseminar suas propostas. “Tenho mais de 30 mil pessoas na minha página no Facebook. Fizemos uma plataforma interativa no primeiro turno, para construir um programa com a participação das pessoas.” Sorocaba tem 458 mil eleitores e cerca de 650 mil habitantes.

Raul Marcelo diz que, além da participação em redes sociais, a campanha realizou reuniões presenciais com mais de 500 sorocabanos. “Elaboramos uma proposta coletiva. A gente trabalhou internet no primeiro turno e, no segundo, pude expor o programa na TV.”

De acordo com ele, o processo eleitoral em Sorocaba não está, neste segundo turno, permeado pela discussão direita versus esquerda, embora as candidaturas demarquem esses campos claramente. “No primeiro turno tinha essa discussão. Os setores mais progressistas se aglutinaram em torno da minha campanha. Mas, no segundo, a questão é quem tem a melhor proposta para o ônibus, para a escola, para a cidade. No segundo turno vira plebiscito, dilui muito esse debate direita contra esquerda”, diz o candidato. “A discussão polarizou mesmo em torno do futuro da cidade.”

Ele afirma que a saúde é o principal tema hoje no município. “A população está sofrendo muito. A saúde foi destruída na cidade”, diz. “É uma cidade que não tem nada de democracia, o povo não participa das decisões. A prefeitura é fechada em copas, não dialoga com ninguém.” O atual prefeito é Antonio Carlos Pannunzio (PSDB).

Marcelo conta que o cenário é politicamente curioso no segundo turno, já que não houve apoio dos outros candidatos a nenhuma das duas candidaturas. “O PSDB ficou neutro, o PT declarou voto contra o Crespo, o PRB também ficou neutro”, diz. “Ninguém subiu no palanque de ninguém aqui no segundo turno. Ficamos nós e o Crespo.”

No primeiro turno, o candidato João Leandro (PSDB) chegou em terceiro lugar, com 13,47% dos votos, e foi seguido por Helio Godoy (PRB), com 10,76%, e Glauber Piva (PT), que obteve 5,60%.

Apesar de as pesquisas mostrarem uma curva fortemente ascendente de sua candidatura e estagnação ou queda do candidato do DEM, o candidato do Psol evita a euforia. “Tem chão ainda. Estamos na frente, mas temos que trabalhar muito”, afirma Raul Marcelo.

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