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Lula e Haddad criticam candidaturas comprometidas com o golpe em São Paulo

'Nenhum direito a menos' foi a tônica dos discursos em plenária realizada na noite de ontem (9), em São Paulo. Ex-presidente contou que está curado do câncer e defendeu a reeleição do prefeito petista

paulo pinto/fotos públicas

Ex-presidente quer que Haddad se afaste da prefeitura para dedicar-se à campanha eleitoral

São Paulo – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva abriu sua fala na noite de ontem (9), em plenária na quadra do Sindicato dos Bancários de São Paulo, relatando que está curado do câncer na garganta. A tônica dos discursos foi “nenhum direito a menos”, marcando posição contra as propostas do governo federal que reduzem os direitos trabalhistas e da previdência, além do congelamento dos gastos sociais com a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241.

Estavam presentes o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, candidato à reeleição pelo PT, e seu candidato a vice, Gabriel Chalita, e o presidente do PT, Rui Falcão. O evento contou também com a participação de militantes, trabalhadores e movimentos sociais da cidade.

“Eu, no sábado (3), fui fazer o penúltimo check-up do câncer na minha garganta e eu tive a felicidade de ouvir dos médicos e das máquinas que eu não tenho mais sinal do câncer na garganta”, disse.

“Mas os médicos me disseram que, para curar a minha garganta, não tem remédio: eu preciso parar de falar. Pelo menos, um tempo, eu tenho que sossegar e ficar sem falar”, relatou, sendo muito aplaudido.

O ex-presidente defendeu a reeleição de Haddad, e comentou que as únicas candidaturas na capital que não estão comprometidas com o golpe dado no governo da presidenta Dilma Rousseff são as do petista e da candidata do Psol, a ex-prefeita Luiza Erundina. “O (João) Doria e o (Celso) Russomanno representam exatamente a maioria de deputados e senadores que afastaram a presidenta Dilma.”

Lula defendeu que Haddad se afaste da prefeitura para fazer sua campanha eleitoral: “Ele tem a obrigação de mostrar para o povo que se ele não voltar, esta cidade vai perder tudo o que foi feito. E foi feito muito”. Estou enchendo o Haddad para que ele peça licença da prefeitura. Ele tem a obrigação política de tentar mostrar para o povo que, se ele não voltar, o povo vai perder tudo que foi feito por ele, pelo Chalita e pelos partidos aliados”, afirmou o ex-presidente.

“Só tem uma pessoa capaz de convencer esse povo: é você. Você (Haddad) precisa falar com o coração, falar com a alma. Não precisa falar mal de Marta, Russomanno, Doria. É falar sobre a diferença entre seu governo e eles”, disse Lula.

Ele mandou recado para as pessoas que vão às ruas pedir “Fora, Temer”. “Não pode querer o Temer fora lá em Brasília e colocar alguém dele para ser prefeito aqui em São Paulo.”

“Quero ter uma conversa com cada sindicalista, cada trabalhador, cada um de nós que está preocupado com a saúde, com a educação e com o futuro desta cidade. Eleger Haddad e Chalita é assumir um compromisso com o futuro deste país”, defendeu, destacando que Haddad e seu candidato a vice são especialistas em educação, respectivamente ex-ministro da Educação e secretário municipal de Educação de São Paulo.

Haddad afirmou que governo está traindo os compromissos com a classe trabalhadora e que as candidaturas de Doria (PSDB) e Marta Suplicy (PMDB) compactuam com esse processo, pois suas siglas fazem parte da atual administração federal. “O que está em jogo em São Paulo é a manutenção do projeto que a gente representa, que mudou a vida das pessoas para melhor. Só na educação, em apenas quatro anos, os nossos indicadores de qualidade da educação foram os que mais avançaram dentre todas as capitais do Brasil”, disse.