Eleições 2016

Impactos do golpe para a cidade devem entrar no debate das eleições, diz Haddad

Candidato à reeleição, prefeito de São Paulo aponta candidaturas com 'agenda de destruição dos direitos sociais'

cc / haddadsp

Para prefeito, não se trata de “nacionalizar” a campanha municipal , mas apontar os efeitos para as administrações. “Tem dois projetos hoje no país. O que foi derrotado está no poder”

São Paulo – Maior dose de politização na reta final levará a campanha para o segundo turno com o PT, disse ontem (19) à noite o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, candidato à reeleição, em plenária com sindicalistas ligados a quatro centrais (CUT, CTB, UGT e Nova Central). Segundo ele, algumas candidaturas trazem agenda “de destruição dos movimentos sociais”, mas ainda não há clareza sobre o que está em jogo na eleição. “Existe um campo que apóia o governo Temer e suas reformas”, afirmou, citando João Doria (PSDB), Marta Suplicy (PMDB) e Celso Russomano (PRB). Haddad afirmou que as reformas comprometem o setor público. “Temos necessidade de aumentar o investimento social e eles querem cortar.”

De acordo com o prefeito, não se trata de “nacionalizar” a campanha, mas apontar os efeitos para as administrações. “Tem dois projetos hoje no país. O que foi derrotado está no poder”, disse Haddad, para quem houve “sabotagem” não com o objetivo principal de mexer na Presidência da República, mas para “mudar a agenda”.

Ele citou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241, que limita gastos da União à correção pela inflação do ano anterior. O prefeito e candidato citou nota técnica divulgada pelo Dieese, afirmando que se a PEC tivesse sido aprovada em 2002, por exemplo, haveria até  2015 menos R$ 378 bilhões na área da educação e menos R$ 296 bilhões na saúde. “O que está por trás dessa maquinaria é a Constituição de 1988”, disse, referindo-se à ameaça de perda de direitos e defendendo mais politização e conscientização nestas duas semanais finais de campanha.

Haddad procurou mostrar otimismo, ao lembrar que em 2012, a 15 dias da eleição, estava com 15% das intenções de voto e terminou eleito. E disse ter encontrado, durante a campanha, pessoas que ainda associam Marta e Luiza Erundina (candidata do Psol) ao PT.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva era esperado, mas não compareceu. Haddad afirmou que “está na hora de a gente defender o presidente Lula pra valer”.

A plenária foi realizada na sede do Sindicato dos Químicos de São Paulo, no bairro da Liberdade, região central da cidade. O presidente da CUT de São Paulo, Douglas Izzo, entregou uma carta-compromisso elaborada pelos sindicalistas. Participaram do ato, entre outros, o presidente nacional da CTB, Adilson Araújo, e o presidente estadual da Nova Central, Luiz Gonçalves, o Luizinho.


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