rio 2016

Vannuchi: Jogos deixariam legado, mas serão marcados por protestos contra golpe

Baixa presença de líderes internacionais na abertura dos Jogos, hoje (5), é termômetro do constrangimento causado por governo ilegítimo

Roberto Castro/ME/Brasil2016

Olimpíada deve ser oportunidade para reconstrução da democracia e de luta contra o golpe, defende Vannuchi

São Paulo – O analista político Paulo Vannuchi diz que os Jogos Olímpicos Rio 2016 serão marcados por protestos populares contra o presidente interino Michel Temer e contra o golpe do impeachment, mas que eram promessa para atrair investimentos em obras públicas, de mobilidade urbana principalmente, e também para alçar os esportes olímpicos, no país, a outro patamar de desenvolvimento. “Só que essas possibilidades foram prejudicadas pelo clima de instabilidade política e econômica criada em favor do golpe contra a presidenta Dilma”, diz em comentário ao Seu Jornal, da TVT.

Vannuchi fala do “cinismo” marcado no processo de afastamento e cita a Operação Lava Jato, que colaborou com a instabilidade geral, como disfarce do combate à corrupção. “A direita decidiu partir para o golpe dois anos atrás, através da Operação Lava Jato.”

Ele analista como “fiasco” o baixo comparecimento de líderes internacionais na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos, que ocorre na tarde de hoje, no estádio do Maracanã. O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, por exemplo. vem ao Brasil, mas não deve encontrar-se com Temer.

Segundo levantamento do jornal Folha de S.Paulo, a cerimônia reunirá cerca de 40 chefes de Estado e governos estrangeiros, menos da metade do número alcançado quatro anos antes, na Olimpíada de Londres.

Para Vannuchi, deve-se aproveitar o clima de insatisfação geral para iniciar processo de reconstrução da democracia, no Brasil, enfrentando o golpe do impeachment, e com a retomada de protagonismo dos movimentos sociais.