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‘Este Senado pedirá desculpas a Dilma’, diz senador Lindbergh Farias

“Esta sessão não acaba hoje, ela nunca acabará. Ficará permanentemente na história”, disse petista. Presidenta afastada sem crime de responsabilidade terá mantidos seus direitos políticos

Jonas Pereira/Agência Senado

“Nós nunca esqueceremos esta data”, disse Lindbergh Farias

São Paulo – O plenário do Senado determinou hoje (31), por 61 votos a 20, a cassação do mandato da presidenta eleita Dilma Rousseff. O resultado significa que não houve nenhuma ausência nem abstenções. A defesa do afastamento, proferida pelo senador Ronaldo Caiado (DEM-GO), sintetizou o caráter político e ideológico da decisão da maioria, e o desprezo pela ausência do crime de responsabilidade: o voto contra o “populismo bolivariano”. “O cidadão não quer ver o dinheiro público sendo destinado ao Foro de São Paulo e os países bolivarianos. Vamos praticar a maior assepsia da política brasileira”, disse – em referência a uma suposta inviabilização eleitoral do PT – o senador acusado de manter trabalhadores em situação análoga a trabalho escravo em sua fazenda em Goiás.

Antes, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) havia reafirmado a ilegalidade do impeachment, chamando o processo de uma “farsa” e apelou aos senadores que pensassem em sua biografia e no país. “Esta sessão não acaba hoje, ela nunca acabará. Ficará permanentemente na história. Aqui há dois tipos de senadores os que sabem que não houve crime e votam contra e os que também sabem, mas votam a favor”, disse. “Nós nunca esqueceremos essa data. Uma nova geração de brasileiros vai lutar para anular esse resultado e esse Senado pedirá desculpas a Dilma. O Senado está entre a infâmia e a glória. Nós vamos dormir tranquilos, porque estamos do lado certo da História.”

A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) lembrou que a batalha do impeachment se iniciou em 2014, quando saiu o resultado das eleições. “Porque aqueles que perderam numa aceitaram e tomaram a decisão política que esta sendo executada hoje de não permitir que Dilma governasse o país. Estamos aqui para o registro da História. Não há nenhum ingênuo. A decisão é política não gostam que a gente fale de golpe, mas a gente fala, porque se não houve crime não é golpe, não contra Dilma, mas contra o povo brasileiro”, disse.

Em seguida, o plenário votou, separadamente, pela inabilitação de Dilma para exercício de função pública. O placar foi de 42 votos a 36 e três abstenções. Como seriam necessários 54 votos, Dilma terá mantidos os seus direitos.

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