Rio 2016

Dilma não irá à abertura da Olimpíada e critica convite a ‘governo interino e ilegítimo’

Em conversa com internautas, presidenta atribuiu problemas na Vila Olímpica ao setor privado e disse que Jogos deixarão dois grandes legados, tanto na área de infraestrutura urbana como no esporte

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Presidenta, ao lado do ex-ministro Leyser, destacou legado que Jogos deverão deixar ao Rio

São Paulo – A presidenta afastada, Dilma Rousseff, disse hoje (27) que tudo o que ela queria era estar presente na abertura do Jogos Olímpicos, em 5 de agosto, no Rio de Janeiro, mas não participará em razão da presença do governo interino. “Era tudo o que eu gostaria. Estar presente!”, afirmou, em conversa com internautas. “No entanto, o governo interino, provisório e ilegítimo, sem ter dado qualquer contribuição para a realização das Olimpíadas, foi convidado e estará oficialmente participando da abertura junto com o COB (Comitê Olímpico Brasileiro) e o COI (Comitê Olímpico Internacional). Portanto, não vejo sentido em estar presente nessa cerimônia e, isso, com grande tristeza”, afirmou. A Olimpíada vai até 21 de agosto.

“Podem ter certeza, estarei acompanhando, assistindo, torcendo com o coração na mão por todos os nossos atletas e também para que essa abertura seja uma cerimônia com a grandeza da primeira Olimpíada realizada no Brasil e na América Latina”, acrescentou Dilma. Ela disse acreditar que a Olimpíada deixará dois grandes legados para o Brasil, tanto na área de infraestrutura urbana como no esporte.

“No caso da cidade do Rio de Janeiro, principal porta de entrada do turismo brasileiro, fizemos o maior esforço de revitalização de uma cidade de toda história”, afirmou. “A área portuária foi renovada e a população já está usufruindo dos novos equipamentos, inclusive o belíssimo Museu do Amanhã. A rede de transporte público do Rio de Janeiro foi modernizada e integrada com BRTs (sigla em inglês para Transporte Rápido de Ônibus), VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) e metrô. Novas ligações viárias encurtam o tempo dos deslocamentos e melhoram a qualidade de vida das pessoas”, disse.

“O segundo grande legado é o esportivo. Pela primeira vez nossos atletas tiveram o reconhecimento merecido e contaram com todas as condições ideais de preparação para os Jogos”, acrescentou Dilma. “Espalhamos equipamentos modernos por todo o país, promovendo o acesso de brasileiros e brasileiras de todas as regiões à prática esportiva de qualidade. A Rede Nacional de Treinamento foi constituída e será a espinha dorsal da formação dos futuros atletas brasileiros.”

Vila Olímpica

Dilma também fez comentários sobre os problemas de infraestrutura na Vila Olímpica, na Barra (zona oeste do Rio), que provocaram queixas de algumas delegações. Segundo ela, a responsabilidade cabe às empresas que realizaram a obra, já que se trata de um empreendimento inteiramente privado, construído sob supervisão do Comitê Organizador Rio 2016. “Já o Parque Olímpico é uma obra feita numa parceria entre o governo federal, a prefeitura do Rio de Janeiro e investidores privados. Espero que o Comitê Organizador resolva rapidamente todos os problemas existentes”, acrescentou a presidenta, ao lado do ex-ministro do Esporte Ricardo Leyser.

Os organizadores dos jogos convocaram uma força-tarefa para realizar reparos nos apartamentos. O prazo máximo prometido pelo Comitê Organizador para resolver todos os problemas vai até amanhã (28). As delegações da Austrália e da Suécia deixaram a Vila Olímpica e as equipes da Itália, Holanda e Estados Unidos contrataram pedreiros para fazer as reformas necessárias.

Dilma afirmou que o governo federal fez investimentos nas obras do Parque Olímpico e nos centros de treinamento, com recursos do Orçamento da União, com financiamento dos bancos públicos e em parceria com o governo do estado, a prefeitura e a iniciativa privada. Entre as principais obras de infraestrutura, estão a construção de um laboratório de controle de dopagem na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e o fornecimento de energia elétrica para todas as instalações olímpicas.

O governo Dilma também foi responsável pelas obras do parque olímpico da Barra e pela modernização dos centros de treinamento da UFRJ, do Exército, da Marinha e da Aeronáutica. Foram construídas piscinas, pistas de atletismo, ginásios, campos de hóquei e campos de rúgbi. O parque olímpico de Deodoro, igualmente na zona oeste, também foi responsabilidade do governo federal. “Investimos também na melhoria da infraestrutura urbana dos bairros do entorno de Deodoro, o que é um legado importante para uma região pobre da cidade do Rio de Janeiro”, disse Dilma, que destacou ainda o ganho na área de inteligência e segurança, “pelo fato de ter recebido no meu governo a Copa do Mundo, a Rio+20, a Jornada Mundial da Juventude etc”.

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