em são paulo

Manifestantes fazem ato de repúdio à política praticada por José Serra

Acusado de 'entreguismo' e 'golpismo', tucano é autor de projeto que exclui a obrigatoriedade da Petrobras de participar na operação do pré-sal

mídia ninja/reprodução

Ato que reuniu cerca de 150 pessoas marca a retomada das mobilizações da Frente Povo Sem Medo

São Paulo – A Frente Povo Sem Medo realizou ato hoje (14), em frente à casa do ministro interino das Relações Internacionais, José Serra (PSDB), no Alto de Pinheiros, zona oeste da capital paulista. Aproximadamente 150 pessoas entoaram palavras de ordem, acusando o tucano de ser “entreguista” e “golpista”. Senador por São Paulo, Serra redigiu um projeto que altera a lei da partilha de exploração do pré-sal.

Agora em trâmite na Câmara dos Deputados, o PL 4.567/16 retira a obrigatoriedade da participação da Petrobras na operação dos campos de petróleo. “Hoje realizamos um escracho na casa do ministro Serra. Foi um ato de repúdio a ele e ao golpismo e entreguismo que ele representa”, disse Guilherme Boulos, integrante da Frente Povo Sem Medo e coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores sem Teto (MTST).

“Além de ser autor do projeto de entrega do pré-sal, como ministro interino, ele tem representado uma política externa que dilapida a soberania nacional e deixa o país subserviente aos interesses norte-americanos, em especial”, continuou Boulos.

O ato marcou a retomada das mobilizações pela Frente Povo Sem Medo – há mais de um mês sem organizar protestos – que convocou, em entrevista coletiva realizada hoje, uma mobilização contra o governo interino de Michel Temer (PMDB) para o dia 31.

Em nota, a Frente Povo Sem Medo afirma que defenderá “nas ruas as reformas que o país precisa (…) Não aceitando nenhuma privatização”. Os movimentos ainda afirmam que querem de volta o controle das estatais, em especial o “controle sobre o pré-sal e o conjunto de recursos naturais do Brasil”. Em seu facebook, Boulos criticou o tucano, “aquele que fala grosso com a Bolívia e fino com os Estados Unidos. Aquele que quer entregar o pré-sal para a Chevron”.