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‘Vandalismo na sede do PT é fruto da disseminação do ódio’, diz dirigente

Partido ainda não se manifestou oficialmente sobre ataque em São Paulo. Segundo ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha, fato representa 'escuridão sobre a tolerância e democracia'

Daniel Mello/Agência Brasil

Portaria de vidro da sede nacional do PT em São Paulo foi destruída por agressor de madrugada

São Paulo – O PT ainda não se manifestou oficialmente sobre o ataque contra a sede nacional do partido na madrugada de hoje (30). O agressor, Emilson Chaves da Silva, de 38 anos, sem ocupação definida, foi conduzido ao 8º Distrito Policial, identificado e posto em liberdade. À tarde, Silva retornou ao local portando um coquetel molotov.

Segundo funcionários do partido, ele entrou na sede, atirou a bomba acesa no chão e correu. O artefato não explodiu. De acordo com o partido, perseguido por policiais militares até a Praça da Sé, Silva foi detido e conduzido ao 1º Distrito Policial de São Paulo, na Sé.

“Estamos tomando todas as medidas para apuração e punição ao responsável pela violência física e verbal (ele também verbalizou ameaças)”, disse o presidente nacional do partido, Rui Falcão, em sua conta no Twitter.

Deputados da bancada estadual do partido farão às 18h30 uma reunião com o secretário estadual da Segurança Pública, Mágino Alves Barbosa Filho, para discutir o ataque. Os deputados José Zico Prado, líder da bancada, Alencar Santana Braga e Luiz Turco cobrarāo providências e respostas das autoridades.

Os parlamentares lembram que, há um ano, o Instituto Lula foi alvo de ataque a bomba e até hoje o caso não foi elucidado pela polícia paulista. Militantes do PT farão uma vigília na sede nacional a partir das 18h de hoje.

Rui Falcão informou que esteve pela manhã no 1º DP, onde assinou representação pedindo que o ataque seja investigado.

O vice-presidente da legenda, Alberto Cantalice, disse na mesma rede social que “o vandalismo na entrada da sede nacional do PT é fruto da disseminação do ódio e do preconceito contra as esquerdas”. Ele lembrou que esta não é a primeira vez que uma sede do partido “ou de outra força popular” sofre esse tipo de ataque. “Seguimos em frente. Não nos calarão!”, acrescentou.

Também em sua conta no Twitter, o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha disse que o ataque representa “escuridão sobre a tolerância e democracia”.

Na delegacia, foi registrado o Boletim de Ocorrência 4.572, por “dano a patrimônio” e o agressor foi liberado. No Facebook, Silva confessou ser o autor do ataque e ameaçou repetir o ato. “Foi eu (sic) que ataquei o diretório nacional do partido dos trabalhadores e vou atacara de novo”.

Segundo o segurança do partido, que estava de plantão, por volta de 1h15, o homem chegou e começou a desferir golpes com uma picareta contra as portas de vidro da sede e destruiu “completamente três delas”. “Foi contido por seguranças do prédio, que chamaram a polícia. Ninguém se feriu”, diz o partido em seu site.

Um carro da Polícia Militar apareceu em seguida e o suspeito foi levado ao 8º DP, onde foi feito um boletim de ocorrência por dano ao patrimônio. Depois disso, foi solto.