na mira

O andamento das três investigações contra Eduardo Cunha no STF

Peemedebista já é réu em ação por suspeita de receber pelo menos US$ 5 milhões em contrato da Petrobras. Outras duas ações a serem analisadas dão conta de dezenas de milhões de reais em desvios

José Cruz/Agência Brasil

Janot e Cunha: PGR levantou indícios de corrupção e lavagem de dinheiro, como o uso de contas na Suíça

GGN – Enquanto a terceira denúncia contra Eduardo Cunha (PMDB-RJ) já está nas mãos do Supremo Tribunal Federal (STF), a Corte analisa em sua agenda quando a segunda delas será julgada. Após a terceira investigação apontar Cunha como beneficiário de R$ 52 milhões em propina nas obras do Porto Maravilha, no Rio de Janeiro, e a sua esposa, Cláudia Cruz, já se tornar ré em esquema de corrupção do marido na Justiça Federal do Paraná, o tribunal não deve tardar a decidir sob os processos que encurralam o peemedebista.

Até o momento, Cunha já é réu em uma denúncia que suspeita o recebimento de, pelo menos US$ 5 milhões, em propinas para o contrato de um estaleiro da Samsung Heavy com a Petrobras.

A data da sessão para o segundo eixo de investigações – que tratam de corrupção e lavagem de dinheiro associados às contas secretas de Cunha e sua família no exterior – não foi divulgada, mas o ministro relator, Teori Zavascki, já liberou a acusação para ser analisado por todo o Plenário da Corte, quando o próprio ministro divulgará o seu posicionamento.

Essa segunda investigação foi encaminhada pela Procuradoria-Geral da República em outubro de 2015, pedindo a abertura de inquérito contra o deputado, além do bloqueio e sequestro dos valores depositados nas contas dele na Suíça.

Também é essa investigação que levou o parlamentar para o Conselho de Ética da Câmara, em julgamento de sua cassação. Durante depoimento à CPI da Petrobras, Cunha afirmou que não controla as contas secretas no país europeu.

Mas a Procuradoria-Geral da República levantou indícios de corrupção e lavagem de dinheiro, com o uso dessas contas, e contestou a evolução do patrimônio do deputado desde 2002, em um salto de 214%, passando de R$ 525.768 naquele ano para R$ 1,6 milhão em 2014. De acordo com o MPF, não há dúvidas que as contas são controladas por ele.

Já essa terceira denúncia aponta que o parlamentar teria solicitado e recebido propina de um consórcio formado pelas empreiteiras Odebrecht, OAS e Carioca Engenharia e tem como base as delações dos empresários Ricardo Pernambuco Júnior e seu pai, Ricardo Pernambuco, da última empresa.

Os executivos detalharam como Eduardo Cunha recebeu o equivalente a 1,5% dos títulos comprados pelo Fundo de Investimento do PGTS, em 36 parcelas, todas em contas no exterior. A primeira delas, uma transferência de quase US$ 4 milhões, foi direto para uma conta em Israel. Essa nova denúncia também não tem data definida para ser analisada pelos 11 ministros do Supremo.