São Paulo – Mais um ato “Fora Temer” vai marcar o lançamento do livro A Resistência ao Golpe de 2016, hoje (20), em São Paulo. A obra contém 103 artigos de juristas, artistas, professores, jornalistas e líderes de movimentos sociais que faz uma análise e traz bastidores do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Já houve atos de lançamento em Brasília e em Porto Alegre.

O evento de hoje à noite em já tem confirmadas as presenças da filósofa Marcia Tiburi, o ex-governador de São Paulo Cládio Lembro, o ministro da Secretaria de Governo de Dilma Ricardo Berzoini, o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP), da pesquisadora Gisele Cittadino (uma das organizadoras do livro), o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, a cineasta Tata Amaral, a historiadora Maria Victoria Benevides, entre outros (veja arte ao final deste post).

As agendas de Legislativo, Executivo e Judiciário estão repletas, nesta semana, de votações e reuniões que podem definir novos rumos para a crise política. A expectativa é que haja um acordo a ser anunciado pelo PT e movimentos sociais – após reunião prevista para esta terça-feira, também em São Paulo – , outras denúncias contra políticos, definições do Planalto sobre ajuda a governos estaduais e julgamentos mais do que polêmicos pela mais alta Corte do país.

Em entrevista ao programa Seu Jornal, da TVT, o deputado Paulo Teixeira, autor de um dos artigos do livro e um dos organizadores do lançamento de hoje, fala sobre a importância da obra e o processo de golpe que está em curso no nosso país. Leia alguns trechos da entrevista:

Deputado, justamente o seu artigo tem como título “O golpe“. O senhor e os outros autores também têm a mesma opinião. Realmente, é um golpe?

É um golpe. É um golpe parlamentar coordenado por um homem que é denunciado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) cuja cassação está em curso, o Eduardo Cunha. É um golpe parlamentar com o objetivo de salvar as pessoas implicadas na Lava Jato. É um golpe também dos setores empresariais do Brasil que querem diminuir os direitos dos trabalhadores, mudar a Previdência, o valor dos salários e terceirizar. É um golpe midiático, algumas emissoras de TV convocaram o povo para os atos contra a presidenta e criaram um clima de terror. Além disso, é um golpe judicial, teve um juiz de primeiro grau que quebrou o sigilo telefônico da presidenta Dilma Rousseff e divulgou. Depois, disse que tinha errado, pediu desculpas, como se alguém pudesse cometer crime e, apenas, pedir desculpas.

• Leia também na Revista do Brasil: Democracia, que horas ela volta?

Como está sendo a articulação para mostrar que há um golpe?

Reprodução

Capa do livro ‘A Resistência ao Golpe de 2016’

Esse livro está sendo um sucesso, sendo lançado em todo o Brasil com plateias lotadas, tem tido 2 mil pessoas nos lançamentos, foi assim em Brasília, no Rio de Janeiro, Porto Alegre e será em São Paulo. O papa Francisco já recebeu o livro. O ex-presidente uruguaio José Mujica, então há uma recepção no exterior. O livro se coloca em um contexto desse movimento “Fora Temer”, da compreensão do povo de que é um golpe em curso e, agora, as pessoas estão vendo para quê. Então, como povo brasileiro está recebendo um nível de informação muito forte, nós estamos conseguindo reverter esse processo, de forma pedagógica.

As pessoas que armaram o golpe se surpreenderam com a resistência que está acontecendo nas ruas?

Eu acho que eles não esperavam, pois achavam que eles chegariam e tudo se acalmaria. Só que as notícias que saem sobre eles são muito mais graves do que se falava anteriormente. A situação deles é de como se você tivesse dado um avião para quem não sabe pilotar. Está todo mundo lá em cima no voo e quem está dentro do avião é o povo brasileiro, que percebe a necessidade de trocar o piloto. Essa troca é a votação do impeachment. Eu espero que um grupo de senadores vote contra.

Assista.