Outra mudança

Após delação, Henrique Alves pede demissão do Ministério do Turismo

Saída do peemedebista da pasta é considerada mais uma baixa provocada pelo impacto das informações dadas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, sobre pagamento de propinas

Fabio Rodrigues Pozzebom/abr/fotos públicas

Em 36 dias de governo, Alves é o terceiro ministro de Temer a cair

Brasília – O ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), pediu demissão hoje (16) do cargo ao presidente interino, Michel Temer. É o terceiro a deixar o cargo em 36 dias de governo. Ele prometeu divulgar nota com as razões da sua saída do governo, mas já se sabe que o ato está diretamente relacionado ao teor da delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, divulgado ontem (15). O ministro, ex-deputado federal, está citado entre os peemedebistas que teriam recebido recursos provenientes de propinas pagas pelas empresas à Petrobras.

Hoje pela manhã, Temer fez uma reunião com os ministros de sua equipe de articulação política, e uma das resoluções foi endurecer as ações no sentido de afastar o Executivo dos denunciados, além de rebater, de forma mais veemente, as denúncias contra o interino. Por causa disso, o presidente, que tinha designado ontem o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, para falar sobre as citações ao seu nome feitas por Machado, resolveu ele mesmo se pronunciar e negar que tenha recebido qualquer dinheiro para campanha política de forma ilícita.

Com essa mudança de estratégia por parte do Executivo, as informações que circulam no Congresso são de que o primeiro a ser chamado para uma conversa no Palácio, logo após a reunião, foi Henrique Alves, que se encontrou com o secretário de Governo, Geddel Vieira Lima, e saiu disposto a pedir demissão.

A demissão foi confirmada pela secretaria de Comunicação Social do Palácio do Planalto, mas no Ministério do Turismo as informações são de que Alves está elaborando uma nota pública para ser divulgada nas próximas horas onde expõe os motivos que o levaram a tomar a decisão.

Antes de Henrique Alves, já haviam deixado o governo interino os ministros Romero Jucá (Planejamento) e Fabiano Silveira (Transparência, Fiscalização e Controle). Ambos também flagrados em conversas gravados por Machado.

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