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Cidades da Grande São Paulo debatem estratégias conjuntas de desenvolvimento

Seminário sobre políticas integradas reuniu gestores públicos, representantes de movimentos sociais, sindicalistas, empresários e acadêmicos

Edu Guimarães/SMABC

Luiz Marinho: ‘Seminário pretende ser um marco na definição de políticas integradas na gestão pública’

São Paulo – O Seminário Internacional Desenvolvimento e Governança Regional, que discute estratégias de desenvolvimento para a região metropolitana de São Paulo, teve início ontem (8), em São Bernardo do Campo, no ABC paulista. Prefeitos, empresários, sindicalistas e representantes de movimentos sociais querem que as 39 cidades da Grande São Paulo trabalham juntas na busca de soluções para os problemas que elas têm em comum.

São Paulo tem a maior região metropolitana do país e o maior polo de riqueza nacional. São 39 municípios, que além da população de 20 milhões de habitantes, dividem também muitos problemas. Só que, diferentemente do que ocorre em outras regiões, esses municípios não compartilham políticas integradas de enfrentamento das dificuldades – proposta levada agora por uma parceria entre a Universidade Federal do ABC (UFABC) e o Consórcio Intermunicipal do Grande ABC. O evento termina hoje.

A abertura do seminário reuniu gestores públicos, representantes de movimentos sociais, sindicalistas, empresários e acadêmicos, que debateram experiências nacionais e internacionais de regiões metropolitanas que têm políticas integradas. Um dos exemplos citados no evento foi o Consórcio Intermunicipal, criado em 1997, formado pelo sete municípios do ABC. O consórcio foi citado como referência governança regional.

O seminário pretende ser um marco na definição de diretrizes e políticas integradas na gestão pública regional metropolitana”, disse o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho, na abertura do evento.

Em entrevista à repórter Michelle Gomes, da TVT, o secretário municipal de Desenvolvimento de São Paulo, Artur Henrique da Silva Santos, afirma que o debate é necessário, já que o governo do estado não trabalha o tema da forma correta. “Você tem problemas relacionados com o transporte, do uso da água, tem também a questão do trabalho, da economia, de como é que você faz desenvolvimento regional que seja complementar e não um disputando com o outro. Infelizmente, nós temos, aqui no estado de São Paulo, um governo que não vem fazendo o debate da forma correta, que deveria ser aprofundado nesta temática das regiões metropolitanas.”

Nós temos que trazer a sociedade para esse debate, fazer com que eles entendam que fazem parte do problema e que eles têm que ajudar na solução. Os agentes públicos são os indutores, mas a sociedade tem de ter essa consciência e participar”, diz o secretário da Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC, Giovanni Rocco.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, destaca que a atuação do consórcio foi fundamental no enfrentamento à crise econômica na década de 1990 no setor automobilístico. “O ABC deixaria de ser uma região automotiva e seria outra coisa. Foi na solução regional, nas alianças que fizemos de natureza política e econômica, com participação das empresas, que nós conseguimos fazer frente a um processo de reestruturação, sem perder a essência do que seria o próprio setor automotivo da região.”

Rafael considera fundamental o fortalecimento da governança regional do ABC e a ampliação dessa experiência para a Grande São Paulo, ainda mais no atual momento de crise política e econômica no país. “Quando você analisa o fluxo de investimentos de áreas de fomento do governo do estado, você percebe que o ABC não é área prioritária. A região metropolitana não é área prioritária. Então, acho que o arranjo regional, ele tem sim o caráter de pressionar e ganhar autonomia.”

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