Omissão

Temer retarda decisão sobre Silveira, e chefes da CGU podem entregar cargos

Reunião da equipe ministerial foi encerrada sem qualquer anúncio do presidente interino sobre exoneração. Ministro foi flagrado em conversa em que orienta Renan e Sérgio Machado sobre como agir na Lava Jato

memória/ebc

Executivo não apresentou qualquer posição oficial a respeito de Silveira

Brasília – Aumentou ainda mais, nas últimas horas, a pressão ao presidente interino, Michel Temer, para que tome alguma atitude em relação ao caso do ministro da Transparência, Fabiano Silveira, que foi flagrado numa conversa gravada com o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) e o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, dando orientações a ambos sobre como agir na Operação Lava Jato. Representantes da Controladoria Geral da União (CGU) em 22 estados tinham prometido entregar os cargos nos próximos dias se nada fosse feito. Mas vários deles declararam a intenção de deixar seus cargos hoje (30) mesmo.

Segundo informações confirmadas por servidores da CGU, o motivo dessa decisão ter sido antecipada teria sido o fato de a reunião realizada entre Temer e parte da equipe ministerial, no início da tarde, para discutir entre outros temas a questão do ministro Silveira, não ter apresentado qualquer posição oficial do Executivo a respeito.

Entre assessores de ministros mais próximos a Michel Temer, como Eliseu Padilha (Casa Civil), há uma discussão sobre ser necessário ou não exonerar o ministro, pelo fato de que, legalmente, as gravações podem não ser consideradas “provas consistentes para incriminá-lo”. Do ponto de vista do desgaste político, entretanto, há um segundo grupo que avalia que o estrago precisa ser resolvido em pouco tempo.

O acordo para entrega dos cargos de chefia da CGU nos estados, foi acertado entre os chefes regionais, que integram – com a mudança de nome da pasta – o chamado ministério de Transparência, Fiscalização e Controle (antes CGU). Foi confirmado informalmente pela CGU em Brasília e pelo coordenador do órgão em São Paulo, Roberto Viégas.

Revogação de MP

Os servidores de carreira do órgão pedem, além da saída do ministro, a revogação da medida provisória que transformou a CGU em ministério. Isso porque a mudança tirou da Controladoria o vínculo que o órgão tinha com a Presidência da República.

Em nota, o Sindicato Nacional dos Analistas e Técnicos de Finanças e Controle (Unacon Sindical) destaca que diante da revelação das gravações, Fabiano Silveira “demonstrou não preencher os requisitos de conduta necessários para estar à frente de um órgão que zela pela transparência pública e pelo combate à corrupção”.

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