Dilma foi ‘precisa’ ao falar em golpe e anunciar medidas, avalia CUT
Frente Brasil Popular se reunirá na terça-feira (3) para fazer balanço e preparar os próximos passos. Movimentos também discutem resistência em caso de derrota no Senado
Publicado 01/05/2016 - 17h39
São Paulo – O presidente da CUT São Paulo, Douglas Izzo, avaliou que a presidenta Dilma Rousseff foi “precisa” em seu discurso no Vale do Anhangabaú, ao delimitar as forças em disputa na questão do impeachment. “Especificou porque é golpe, estabeleceu os dois campos e anunciou medidas importantes para os trabalhadores e para os movimentos sociais”, afirmou o dirigente, já sob os primeiros acordes do grupo Detonautas, que começou a sua apresentação pouco antes das 17h. Antes, se apresentou o grupo Pequeno Cidadão, que tem participação do guitarrista Edgard Scandurra (Ira!) e Taciana Barros (Gang 90), todos vestidos de garis.
Dilma chegou por volta das 14h e foi embora logo depois do pronunciamento, às 14h45. A presidenta anunciou reajuste de 9% no Bolsa Família e de 5% na correção da tabela do Imposto de Renda, além de reafirmar que o processo em andamento representa golpe, por não haver crime, conforme prevê a Constituição. Anunciado, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva alegou problemas na voz e não foi ao ato.
Para Douglas, o discurso e a atividade de hoje faz com que os movimentos iniciem a semana “motivados” para fazer as mobilizações contra o impeachment, também preparando um dia nacional de luta, dia 10, véspera de votação no Senado. Mas, ao mesmo tempo, avaliam o que fazer em caso de afastamento de Dilma. “Temos de nos preparar para os ataques (a direitos), preparando grandes paralisações e enfrentamento nas ruas.”
A Frente Brasil Popular se reúne terça-feira (3) para avaliar o 1º de Maio e organizar os próximos passos. O ato no Anhangabaú foi organizado pela CUT e pela CUT, da FBP, e pela Intersindical, que compõe a Frente Povo sem Medo. Organizadores falaram na presença de 100 mil pessoas.
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