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Sindicalistas do PDT repudiam Plano Temer

De acordo com o Movimento Sindical Nacional do PDT, documento peemedebista 'Uma ponte para o futuro' representa a flexibilização trabalhista e abandono do controle nacional sobre o pré-sal

divulgação/pdt

Cavalo: ‘Manter o petróleo sob controle nacional é questão de soberania’

Agência Sindical – O Movimento Sindical Nacional do PDT é crítico em relação ao documento “Uma ponte para o futuro”, com o qual o PMDB visa a tornar o vice Michel Temer uma alternativa de poder, em lugar da presidente Dilma Rousseff. O documento recomenda flexibilização trabalhista e abandono do controle nacional sobre o pré-sal. A posição crítica ao “Ponte” é reafirmada pelo metalúrgico Milton Cavalo, de Osasco, na Grande São Paulo, eleito coordenador nacional do movimento no último dia 6, em Brasília. O sindicato de Osasco é filiado à Força Sindical.

“O sindicalismo sempre se dispôs a debater a própria estrutura, o padrão de relações capital-trabalho e mesmo a Previdência Social. No começo do governo Lula, foi formado o Fórum Nacional do Trabalho, que era tripartite. Mas a bancada patronal abandonou o FNT. Tem empresário que gosta muito de impor e pouco de discutir”, disse Milton Cavalo.

O chamado Plano Temer reacende a polêmica entre negociado versus legislado. O coordenador do movimento sindical pedetista defende a prevalência do legislado. “É preciso ter base e amparo legal. Sem isso, se pode negociar tudo, e o trabalhador acaba prejudicado, principalmente as categorias menos organizadas”, diz. “A história do pato, de quem vai pagar o pato, fica clara. Querem passar a fatura para os trabalhadores.”

Fiesp

Um dos mais persistentes defensores do impeachment de Dilma é o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, industrial sem indústria, que vive de rendas, como disse o jornalista Luis Nassif. Para Milton Cavalo, falta a Skaf a convivência com o chão de fábrica. “Ao contrário de empresários do setor produtivo, ele não vive o dia a dia de uma fábrica. Talvez por desconhecer essa realidade, o presidente da Fiesp apoie as propostas atrasadas do PMDB”, critica o sindicalista.

Educação

Os trabalhistas, segundo Cavalo, têm duas bandeiras histórias, que são a Petrobras e a Educação. Ele lembra que foi o então deputado de seu partido André Figueiredo (hoje ministro das Comunicações) que conseguiu direcionar para a educação parte do fundo do pré-sal. Para o sindicalista, as propostas do Plano Temer atingem essas duas bandeiras trabalhistas.

“Manter o petróleo sob controle nacional é questão de soberania, como defendia Getúlio Vargas. E destinar parte dos recursos do pré-sal para a educação ajudará a concretizar o projeto de Darcy Ribeiro e de Brizola, em que a questão educacional é básica no processo de construção de uma nação desenvolvida e soberana”, pondera.

Previdência

Para o coordenador nacional do Movimento Sindical do PDT, qualquer reforma da Previdência deve ser precedida de debate e análise técnica. “A proposta do Plano Temer é atacar problemas previdenciários desvinculando benefícios do salário mínimo. Isso só vai agravar a desproteção social. É um retrocesso frente ao que o povo brasileiro conquistou com a Constituição de 1988.”

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