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PDT expulsa deputados que votaram por impeachment

Dos 19 deputados da legenda, seis votaram contra orientação da executiva nacional. 'Todos estão decepcionados', afirmou o vice-presidente do partido, André Figueiredo

José Cruz/ Agência Brasil

Presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, ao lado da presidenta Dilma Rousseff

São Paulo – O PDT anunciou hoje (18) a expulsão de seis deputados federais da legenda que votaram a favor do afastamento da presidenta Dilma Rousseff, durante sessão realizada ontem na Câmara dos Deputados. A decisão do partido já havia sido anunciada em dezembro do ano passado, e confirmada sexta-feira (15), em reunião da executiva nacional com integrantes da comissão de ética pedetista.

Dos 19 deputados do partido, 12 votaram de acordo com a orientação, um se absteve e seis se posicionaram à revelia, votando pelo impeachment. Foram expulsos: Mario Heringer (MG), Sérgio Vidigal (ES), Giovanni Cherini (RS), Flávia Morais (GO), Subtenente Gonzaga (MG) e Hissa Abrahão (AM). “Todos estão decepcionados e com muita raiva desses parlamentares”, afirmou o vice-presidente nacional da legenda, André Figueiredo.

Os parlamentares ainda poderão se defender no conselho de ética do partido, mas a decisão final deverá ser proferida no dia 30 de maio, em reunião no Rio de Janeiro. Deputados dirigentes estaduais devem ser destituídos imediatamente dos cargos, informa o partido. É o caso de Sérgio Vidigal, no Espírito Santo. Comissões provisórias presididas pelos infiéis também devem ser desmanchadas, o caso de Minas Gerais e Amazonas, presididas por Heringer e Abrahão, respectivamente.

“Os parlamentares do PDT que se sentirem pessoalmente constrangidos a votar contra o impeachment, poderão se abster. Ou fazer declaração pessoal a favor do voto, mas votando contra de acordo com determinação do diretório nacional”, disse o presidente do partido, Carlos Lupi, antes da votação. Na ocasião, Lupi ainda afirmou: “Não há nenhuma chance de o partido participar de um eventual governo Michel Temer”. “Nós combatemos o golpe. Como poderíamos ficar a favor do capitão do golpe?”, questionou.

Em contrapartida, o deputado Abrahão afirmou estar surpreso com a posição rigorosa do partido. “Vou fazer minha defesa. Não acho justo que eu seja punido de forma tão sumária, então acredito que isso possa ser conversado e repensado pela executiva nacional”, disse.