Redefinição da base

À espera de reunião, deputados do PP permanecem na base do governo

Críticas de que assunto estava sendo tratado apenas por deputados do partido, sem participação dos demais membros, levou presidente a convocar uma reunião da executiva

Agência Brasil

Nogueira, presidente do PP: diante do questionamento por parte da ala que apoia o impeachment, adiou a reunião

Brasília – A reunião dos integrantes do PP na Câmara dos Deputados que, na manhã de hoje (6) pretendia definir um posicionamento da legenda sobre permanecer ou não na base do governo, foi adiada. Depois de críticas diversas, juntamente com acusações de que os pepistas estão negociando cargos no governo federal e queixas de que o tema estava sendo discutido apenas entre os deputados do PP, excluindo-se os senadores, a sigla chegou à conclusão de que é melhor tratar a questão numa reunião da executiva nacional, que deve ocorrer até dia 12. Até lá, o PP continua na base do governo.

A legenda está dividida, mas tem se posicionado no sentido de tentar garantir ao menos 30 votos para derrubar o impeachment, nestas reuniões com representantes do governo e parlamentares da base aliada. A bancada era formada por 51 deputados no início do ano e conta, atualmente, com 49. Nos bastidores, comenta-se que o PP pleiteia algum ministério de destaque no governo Dilma, como o da Saúde ou o da Educação, em troca de apoio maciço de deputados ao governo.

Nesta manhã, o presidente do partido, senador Ciro Nogueira (PI), resolveu adiar a reunião ante o questionamento por parte da ala que apoia o impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Em paralelo, deputados contrários ao impeachment já confirmaram que as negociações continuam no Palácio do Planalto.

Ontem, o deputado Paulo Maluf (PP-SP) criticou as articulações e disse que achava “lamentável” o oferecimento de cargos por parte do Planalto para conter a votação no impeachment. A declaração soou para muitos como contraditória, já que Maluf, apoiador de vários governos na época da ditadura e opositor antigo do PT, mudou de posição nas últimas eleições, chegando a posar para uma foto emblemática ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o então candidato a prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, em 2012.

As reuniões com as demais legendas para recomposição da base aliada, apesar de as mudanças nos ministérios estarem programadas para só serem realizadas após a votação do processo de impeachment, continuam sendo realizadas. Sobretudo entre integrantes da ala governista do PMDB, PR, PSD e PRB.

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