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Fernando Morais: ‘Folha’ fez viagem de volta a 1964

Ramiro Furquim/Sul21/arquivo Para Fernando Morais, ‘Folha desnuda a si própria ao pedir a renúncia de Dilma e Temer’ 247 – O escritor Fernando Morais critica no Facebook o editorial de […]

Ramiro Furquim/Sul21/arquivo

Para Fernando Morais, ‘Folha desnuda a si própria ao pedir a renúncia de Dilma e Temer’

247 – O escritor Fernando Morais critica no Facebook o editorial de hoje (3) da Folha de S.Paulo, no qual o jornal pede que a presidente Dilma Rousseff e o vice-presidente Michel Temer renunciem. Para ele, com o texto, a publicação “arranca dramaticamente a máscara de jornal plural e desnuda a si própria”.

“A presidente Dilma Rousseff (PT) perdeu as condições de governar o país. É com pesar que este jornal chega a essa conclusão. Nunca é desejável interromper, ainda que por meios legais, um mandato presidencial obtido em eleição democrática. Depois de seu partido protagonizar os maiores escândalos de corrupção de que se tem notícia; depois de se reeleger à custa de clamoroso estelionato eleitoral; depois de seu governo provocar a pior recessão da história, Dilma colhe o que merece”, diz o jornal.

Morais contesta:

“Folha de S. Paulo, de volta para o passado

“A Folha deste domingo arranca dramaticamente a máscara de “jornal plural” e desnuda a si própria ao pedir a renúncia de Dilma Rousseff e do vice Michel Temer. O argumento central do jornalão é que “formou-se imensa maioria favorável a seu impeachment”. formou-se onde, cara-pálida, além da redação da Barão de Limeira e das pesquisas do Datafolha? A imensa maioria que vale são os 54 milhões de eleitores que a escolheram como presidente da república.

“Com o editorial, a Folha engata uma marcha-a-ré e volta a 1964, quando apoiou o golpe militar que infectou o Brasil, matou, torturou, perseguiu e exilou milhares e milhares de brasileiros. No caminho, faz um pit-stop nos anos de chumbo, quando o jornal emprestava seus veículos para os tonton macoute do general Médici caçarem comunistas.

“Mesmo reconhecendo que inexistem “motivos irrefutáveis” para o impedimento da Presidente da República, o jornal afirma que “seria uma bênção que o poder retornasse logo ao povo” e sugere que, após a renúncia de Dilma e Temer, sejam convocadas eleições em 90 dias. Se seguisse seu próprio manual de redação, o jornal teria que publicar na segunda-feira um “erramos” vazado nestes termos: “onde se lê ‘povo’, leia-se ‘os derrotados nas eleições de 2014’”.

“Sugiro, finalmente, que o jornal demita por justa causa o autor da peça literária, oO Claudio Marques, que perpetrou o artigalhão se esqueceu de propor que, antes da convocação de novas eleições, o ex-presidente Lula seja inabilitado para disputá-las. Porque até os vendedores de carros usados da Barão de Limeira sabem que, se não tirarem Lula do campo, a força, ele ganha as eleições.”

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