sem juízo

Advogados do impeachment admitem que decisão final será política, em vez de jurídica

Apesar de verem fundamentação nas ditas pedaladas fiscais, Janaína Paschoal e Hélio Bicudo reconheceram 'natureza política' do processo

TV Gazeta / reprodução

Janaína Paschoal e Helio Bicudo, admitiram caráter político de seu pedido de impeachment

São Paulo – Autora do pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, a advogada Janaína Paschoal admitiu ontem (18), apesar de ter as pedaladas fiscais como argumento jurídico, que a decisão sobre o processo de afastamento é política. Ao lado do jurista Hélio Bicudo, coautor da ação, que teve também a colaboração de Miguel Reale Jr., Janaína afirmou estar “satisfeita” com o acolhimento do pedido pela Câmara no último domingo (17).

“Para se oferecer a denúncia, é necessário ter o respaldo jurídico, mas o julgamento, muito embora tenha esse fundamento jurídico, é um julgamento de natureza política”, justificou a advogada. Bicudo concordou e disse esperar que a decisão da Câmara repercuta também no Senado. “Depois do que aconteceu na Câmara, isso vai repercutir no Senado. É um juízo político. Não é um juízo jurídico.”

Além de satisfeita, Janaína diz ter se sentido “muito representada” pelo conjunto dos 357 que disseram ‘sim’. Às recorrentes referências às suas próprias famílias, que causou constrangimento ao dedicarem o voto durante a sessão do último domingo, a advogada diz que os deputados entenderam a sua mensagem.

Janaína também negou qualquer constrangimento pelo processo de impeachment ser conduzido pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que é réu no Supremo Tribunal Federal (STF), acusado por corrupção, lavagem de dinheiro, cobrança e recebimento de propina.

Assista também à reportagem da TV Gazeta sobre a coletiva dos advogados:

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