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Tribunal de Contas paulista cobra explicações do Metrô sobre trens ‘canibalizados’

Composições H59, K09, K17, K21 e L43 têm lâmpadas, painel de operação, freios, bancos, luminárias e fechaduras de portas removidos para realizar a manutenção de outros trens

Sindicato dos Metroviários

Trens parados em Itaquera que estão servindo de almoxarifado ao Metrô para manutenção

São Paulo – O Tribunal de Contas do Estado (TCE) de São Paulo determinou que o presidente da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô), Paulo Menezes Figueiredo, designe diretores da empresa para explicar a “canibalização” de cinco trens da companhia, para garantir a manutenção de outros trens devido à falta de peças no estoque. Conforme denunciado pela RBA na terça-feira (8), as composições H59, K09, K17, K21 e L43 estão tendo lâmpadas, painel de operação, freios, bancos, luminárias e fechaduras de portas removidos no pátio de manutenção de Itaquera.

Para o Sindicato dos metroviarios é muito importante que TCE questione o Metrô e o Governo de São Paulo. “Para nós os gastos indevidos de Alckmin são os motivos do recesso apontado pelo Metrô. O Metrô repassou ao governo R$ 256 milhões para cobrir os gastos com obras da expansão, pois teria que ser o contrário.
O Metrô gastou R$ 615 milhões na compra de 26 trens que estão sem uso na linha 5 lilás. E, por fim, governo não repassa as gratuidades na ordem de R$ 66 milhões aos cofres do Metrô.
Com tanto dinheiro gasto indevidamente fica evidente que faltará em algum lugar e, quem sofre as consequências é a população que precisa do Metrô para se locomover”, afirmou o secretário-geral do Sindicato dos Metroviários, Alex Fernandes.


O autor da convocação é conselheiro Antonio Roque Citadini, que pede que os diretores do Metrô “esclareçam à área de engenharia do Tribunal, e à fiscalização, tal ocorrência, e respondam a quesitos que lhes serão oferecidos pelos técnicos do Tribunal”.

 

Os trens que servem de almoxarifado – ou que são “canibalizados”, como dizem os metroviários – são modelos mais novos, que entraram em operação em 2010 (frota H) e 2011 (os demais), e a frota K é formada por 25 trens da frota C que foram modernizados – em um pacote de 98 composições modernizadas ao custo de R$ 1,7 bilhão. Além desses, outros seis estão parados por falta de peças para que seja feita sua manutenção.

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De acordo com o Fernandes, essa situação pode pôr em risco a segurança de passageiros e dos trabalhadores. “Determinadas peças que são reutilizadas já estão deterioradas ou desgastadas. Não passam por uma análise minuciosa”, disse o secretário-geral do sindicato, Alex Fernandes. “São 11 trens parados no total, sendo cinco em Itaquera e seis no Jabaquara. E esses acabam sendo ‘canibalizados’, pois como não há determinadas peças, aproveitam e tiram as peças deles para garantir a operação de outros trens”, completou Fernandes.

Segundo os trabalhadores, faltam cerca de 3 mil peças no setor de manutenção do Metrô, dentre os quais, vidros de janelas, portas, fechaduras, lâmpadas, faróis, motores de tração, bancos de passageiros e de operadores, redutores, contrassapatas e até extintores de incêndio.

De acordo com Fernandes, os trabalhadores do setor de manutenção estão sendo pressionados a liberar os trens para que voltem à circulação, mesmo que não estejam em condições. “No horário de pico, a situação é muito difícil. Os trens já andam muito lotados se tiver a frota toda operando, imagina se falta uma ou duas dezenas de composições”, afirmou o metroviário.

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