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Renan diz que, sem crime de responsabilidade, impeachment tem outro nome

“Sou presidente do Congresso e não substituo a direção do PMDB. Se o partido sair do governo e isso significar o agravamento da crise, é uma responsabilidade indevida que o PMDB deverá assumir”

Marcos Oliveira/Agência Senado

Renan mandou recado para a direção de seu partido, que decide até dia 29 se fica ou sai do governo

São Paulo – O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse hoje (22) que é preciso ter “responsabilidade com o país e com a democracia” quanto ao processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. “Eu acho que o impeachment, em uma circunstância normal, é uma coisa normal. Mas é bom que as pessoas saibam, e a democracia exige que façamos essa advertência, que para haver impeachment tem de haver a caracterização do crime de responsabilidade. Quando o impeachment acontece sem essa caracterização o nome, sinceramente, não é impeachment. É outro nome”, afirmou o peemedebista.

A fala de Renan é muito semelhante ao discurso da presidenta Dilma Rousseff, no ato em que ela recebeu o apoio de juristas no Palácio do Planalto. “Estamos num regime presidencialista e para existir o impeachment é preciso ter existido crime de responsabilidade. Se não há esse crime de responsabilidade, o que existe é crime contra a democracia”, disse a presidenta.

Renan revelou ter conversado com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na tarde de hoje. “Ele, mais do que qualquer um, sabe que eu tenho uma condução de absoluta isenção em relação a esse processo”, afirmou.

O senador conversou também com o ex-presidente José Sarney e com o presidente nacional do DEM, senador José Agripino (RN). Segundo Renan, para “recolher pontos de vista e pensar sobre o Brasil”. De acordo com ele, as conversas foram sobre a conjuntura política e econômica do país.

O presidente do Senado declarou que vai agir com isenção se o processo de impeachment for aprovado pela Câmara e chegar ao Senado. Sobre a possibilidade de o PMDB deixar a base aliada do governo, o senador de Alagoas afirmou que, caso isso ocorra, o partido terá que “assumir a responsabilidade” pelo agravamento da crise no país.

“Eu sou presidente do Congresso Nacional, não substituo a direção do PMDB. Mas acho que o PMDB, mais do que nunca, tem de demonstrar sua responsabilidade institucional. Eu digo isso com a autoridade de quem não participa do governo. Se o PMDB sair do governo e isso significar o agravamento da crise, é uma responsabilidade indevida que o PMDB deverá assumir”, afirmou.

Com Agência Brasil

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