'Violência'

PF e Receita passam sete horas na sede do Instituto Lula

Agentes levaram equipamentos. Não houve manifestação no local

memória/ebc

Do lado de fora, o Comando de Operações Táticas (COT) da PF interditou a rua nas duas esquinas

São Paulo – Um  dos alvos de nova fase da Operação Lava Jato, o Instituto Lula, localizado no Ipiranga, zona sul de São Paulo, permaneceu mais de sete horas sendo vasculhado por agentes da Polícia Federal e da Receita Federal, que chegaram por volta das 6h. Ao sair, pouco depois das 13h, levaram computadores e malotes. Durante todo o tempo, foram acompanhados por funcionários, incluindo um técnico de informática. Nenhum diretor do instituto acompanhou a operação.

Do lado de fora, o Comando de Operações Táticas (COT) da PF interditou a rua nas duas esquinas, usando faixas e cones da estatal paulista Sabesp. Apenas ônibus podiam passar. Pouca gente foi até o instituto. Dos carros que passavam pela Avenida Nazareth, pessoas gritavam contra e a favor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Alguns militantes, simpatizantes de Lula, observaram a ação à distância. Um homem com camisa da seleção brasileira e corneta verde-amarelo fez um protesto solitário contra o ex-presidente.

Às 11h53, uma das viaturas da PF encostou na porta da garagem do instituto, a mesma onde foi jogada uma bomba, meses atrás. Ali foram colocados alguns equipamentos. Dez minutos depois, um carro da Receita com três agentes deixou o local.

A busca e apreensão terminaram às 13h10. Em seguida, um funcionário do Instituto Lula voltou a fechar o portão de entrada.

O instituto divulgou nota na qual afirmou que houve uma violência contra a entidade e contra o ex-presidente. “Nada justifica a invasão do Instituto Lula e da empresa LILS, a pretexto de obter informações sobre palestras do ex-presidente Lula, contratadas por 40 empresas do Brasil e de outros países, entre as quais a INFOGLOBO, que edita as publicações da Família Marinho. Todas as informações referentes a estas palestras foram prestadas à Procuradoria da República do Distrito Federal e compartilhadas com a Lava Jato. Também neste caso, o Ministério Público nada fez em relação ao vazamento ilegal de informações sigilosas para a imprensa.”

O instituto definiu como “arbitrária, ilegal e injustificável” a ação da força-tarefa. “A violência praticada hoje (4/3) contra o ex-presidente Lula e sua família, contra o Instituto Lula, a ex-deputada Clara Ant (diretora do instituto) e outros cidadãos ligados ao ex-presidente é uma agressão ao estado de direito que atinge toda sociedade brasileira.”