no tuca

Marilena Chaui: ‘Precisamos de várias frentes de luta para enfrentar o golpe’

Para a filósofa, é necessário 'trabalhar em todo campo da opinião pública que não foi tomado por essa avalanche da extrema-direita'

Facebook/MIDIANINJA

Intelectuais e cientistas políticos participaram do Ato pela Legalidade Democrática no Tuca

São Paulo – Para filosofa Marilena Chaui, a atual conjuntura política é “muito complexa” e exige diferentes frentes de luta. “Não bastar irmos à rua e dizer ‘não vai ter golpe’, temos de ter diversas formas de luta, para intervir no Legislativo e no Judiciário e trabalhar em todo o campo da opinião pública que não foi tomado por essa avalanche da extrema-direita”, afirmou ontem (17) durante o Ato pela Legalidade Democrática no Teatro da Universidade Católica de São Paulo (Tuca).

Chaui também disse que o cenário negativo é formado por três personagens. “São eles: o Congresso Nacional com a pauta reacionária e conservadora, que destrói a Constituição de 88; o Judiciário, que opera arbitrariamente ao arrepio da lei, contra a lei; e a ideologia que aparece na forma do ódio, do ressentimento, da vingança nas manifestações ocorridas.”

Também participante do ato promovido pelo Fórum 21, o jornalista e professor de Relações Internacionais da Universidade Federal do ABC (UFABC) Gilberto Maringoni disse que chegou o momento de o governo federal ouvir seus eleitores. “Mesmo não havendo uma rápida mudança de rumo, o governo da presidenta Dilma Rousseff precisa nos ouvir, ouvir as ruas e fazer a mudança de rota para garantir as promessas de 2014. O Lula foi para o governo, e o governo deve mudar de caminho para atender os 54 milhões de votos, que são mais do que aqueles que foram às ruas no último domingo (13).”

Por sua vez, o jornalista, escritor e biógrafo Fernando Morais respondeu a questionamentos acerca da presença de Lula como chefe da Casa Civil, se a nomeação do ex-presidente possivelmente poderia colocá-lo contra a opinião pública e da grande mídia. “Não adianta. O Lula pode se pintar de ouro, pintar um par de asas de anjo nas costas que essa mídia sem vergonha vai continuar perseguindo o Lula até o último dia da vida dele. Não tenhamos ilusão”, argumentou.

Já o jurista Fábio Konder Comparato afirmou que “nossa revolução tem que ser ética”. Para ele, “é preciso que cada um de nós renunciemos ao egoísmo, que é a marca registrada da sociedade capitalista. É preciso ensinar a juventude a viver de maneira altruísta, a ter compaixão, ter paciência e saber ajudar os outros. Só isso pode nos dar felicidade”.