Nova base

Governo fará repactuação com partidos da base aliada

Movimento neste sentido foi anunciado por Jaques Wagner, para quem “impeachment sem causa é golpe”. Segundo ele, redefinição sobre este rearranjo será divulgada até sexta-feira

arquivo abr

Wagner ironizou postura dos peemedebistas e articulações comentadas sobre a formação de um futuro governo

Brasília – O chefe de gabinete da Presidência da República, Jaques Wagner, afirmou que o Executivo está buscando uma repactuação com seus aliados e deverá decidir sobre seu relacionamento tanto com os peemedebistas como com outros partidos da base até sexta-feira (1º). Ele, no entanto, ironizou a postura dos peemedebistas e as articulações comentadas sobre a formação de um futuro governo a ser ocupado pelo vice-presidente, Michel Temer, ao ressaltar que “impeachment sem causa é golpe”.

“Como a questão das pedaladas fiscais não implica crime de responsabilidade, o impeachment pode ser até um dispositivo maquiado, mas não deixa de ser golpe”, disse Wagner, que saiu no início da noite de hoje (29) da reunião da coordenação política que é realizada no Palácio do Planalto para falar com os jornalistas sobre os impactos da decisão do PMDB de desembarcar do governo.

O chefe de gabinete afirmou que nos próximos dias a equipe de coordenação política conversará com as legendas que já acompanham o governo e também outras que se mantêm independentes, mas posicionam-se de forma equilibrada em relação à crise política. E acentuou estar confiante de que esta será, inclusive, “uma boa oportunidade para a caminhada da presidenta Dilma Rousseff”.

Wagner também falou na decisão recente da Procuradoria-Geral da República (PGR) que deu parecer favorável à posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ser decidida pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Disse que o parecer deixou a equipe confiante e que eles aguardam o julgamento do tribunal, mas entendem que é preciso esperar. “A posição que foi anunciada foi da PGR, quem vai decidir é o STF. Não sabemos o que o Supremo vai decidir”, afirmou.

O chefe de gabinete destacou, ainda, que o governo seguirá nesse trabalho de repactuação dando prosseguimento a uma agenda propositiva, passando por pautas que falam com o setor produtivo, como a indústria da construção civil, e os movimentos sociais. Ele lembrou, como exemplos, o lançamento, amanhã (29), de mais uma etapa do programa Minha Casa, Minha Vida, e a realização de manifestações, na quinta-feira, em todo o país, em Brasília, que lembrará o golpe civil-militar e protestará contra ameaças à legitimidade e à ordem constitucional.

“Temos sido alvo de atos importantes preparados por artistas, intelectuais, entidades da sociedade civil e movimentos diversos”, disse Wagner. “O que é bom ficar claro é que, hoje, há um grande ponto de unidade de segmentos cada vez mais numerosos no Brasil na luta pela democracia e pela manutenção da constitucionalidade. Qualquer atalho na democracia, ao contrário de encontrar soluções vai, por um lado fragilizar a democracia brasileira e, por outro, aprofundar a crise.”

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