Solidariedade

Dilma visita Lula em São Bernardo; manifestantes fazem vigília

Manifestantes se reúnem em frente ao prédio onde mora o ex-presidente. Inconformismo com noticiário da Globo dificulta a vida de profissionais da emissora. Sindicato dos Jornalistas condena agressões

Mídia Ninja

Equipe da TV Globo ouve protestos e gritos de “fora Rede Globo” em São Bernardo do Campo

São Paulo – O dia começou com concentração de movimentos sociais em frente ao prédio do ex-presidente Lula, em São Bernardo do Campo, que deverá receber visita da presidenta Dilma Rousseff em solidariedade. A presidenta embarcou na manhã de hoje (5) para São Paulo e deve ser recebida por Lula por volta de 13h. Ontem, Dilma telefonou para Lula e disse estar solidária com o ex-presidente, que foi conduzido coercitivamente para prestar depoimento na Polícia Federal no âmbito da 24ª fase da Operação Lava Jato. Em nota divulgada, Dilma disse estar inconformada com a condução coercitiva do ex-presidente.

“Manifesto meu integral inconformismo com o fato de um ex-presidente da República que, por várias vezes, compareceu voluntariamente para prestar esclarecimentos perante as autoridades competentes, seja agora submetido a uma desnecessária condução coercitiva para prestar um depoimento”, diz a nota. Mais tarde, a presidenta fez um pronunciamento em que reafirmou o teor da nota. Após o encontro, Dilma embarca para Porto Alegre.

Está cada vez mais difícil para os repórteres da Rede Globo acompanharem os movimentos sociais no Brasil. As equipes da emissora têm sido alvo de protestos, em decorrência do inconformismo das pessoas com a cobertura política. Ontem, equipes das TV Bandeirantes e da Globo foram hostilizadas nas proximidades do aeroporto de Congonhas, onde Lula depunha à Polícia Federal. O Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo chegou a emitir nota, em que protestou contra a abusividade da operação da PF, mas também contra a violência dirigida aos profissionais de comunicação.

“A diretoria do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo se solidariza com os profissionais e se coloca em seu apoio. Reiteramos nossa posição: respeitamos o direito legítimo de os movimentos sociais e manifestantes protestarem contra empresas jornalísticas, mas exigimos o respeito ao trabalho e à integridade dos jornalistas, que são trabalhadores assalariados e não podem ser responsabilizados pela linha editorial de seus empregadores. O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo reafirma sua postura de entidade ampla, plural, democrática e independente de partidos ou governos, que agrupa em seu interior jornalistas com as mais diferentes visões políticas e filosóficas. Como tal, posta-se em prontidão ao lado das forças democráticas e se prontifica a organizar o debate interno à categoria. O Sindicato é a casa de todos os jornalistas e de todas as jornalistas”, diz a nota.

Em São Bernardo, a militante Claudiane Souza argumentou. “A Globo manipula o Brasil. Ela tem partido e não é o do povo. A Globo tem um lado e não é o da classe trabalhadora. Ela não representa os trabalhadores e trabalhadoras brasileiras. São os fascistas que apoiaram a ditadura e estão apoiando o novo golpe. E nós não vamos permitir porque esse Brasil também é nosso. Até ontem eu era empregada doméstica e agora estou me formando em Serviço Social, graças a uma bolsa. E sou nordestina com muito orgulho, vim do Maranhão”, disse Claudiane, na página do Jornalistas Livres no Facebook.

Com informações de Luana Nascimento, da Agência Brasil, e de Mídia Ninja

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