Espetáculo midiático

‘Ato é político, alvo é projeto de sociedade que Lula representa’

Presidente do PT em São Paulo afirma que a militância está indignada e que, juntamente com os movimentos sociais, não se calarão frente às arbitrariedades e pede reflexão sobre o significado dessas ações

Ricardo Stuckert/Instituto Lula

Militância e movimentos sociais devem reagir às ações arbitrárias contra o ex-presidente Lula

São Paulo – Para o presidente estadual do PT de São Paulo, Emídio de Souza, a operação da Polícia Federal desencadeada hoje (4), que invadiu a residência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a sede do Instituto Lula, e levou o ex-presidente para depor coercitivamente, em local não divulgado, tem como objetivo causar constrangimento e humilhar a figura do ex-presidente e que o fato provoca indignação à militância. “Para ouvir o presidente Lula, ninguém precisava conduzi-lo coercitivamente”, afirmou Emídio, em entrevista à Rádio Brasil Atual nesta manhã.

Ele já tinha se disposto a depor. A polícia já o ouviu em outras vezes. Não precisava de condução coercitiva, de ocupar o escritório e a casa dele, criar esse espetáculo deprimente, que a PF criou hoje”. O presidente do PT paulista afirma que a militância do partido e os movimentos sociais não se calarão frente ao que classificou como “barbaridade”.

Emídio de Souza orienta a militância a se encaminhar, nesse momento, para a sede do diretório nacional do PT, no centro de São Paulo, onde os dirigentes devem deliberar sobre o caso.

Ele lembrou que o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo sempre se posicionou contra a “espetacularização” em torno das ações policiais levadas a cabo pela operação Lava-Jato e agora, um dia após a sua saída, ocorrida ontem (3), “temos o maior espetáculo produzido até agora”.

Por fim, ele pede o povo brasileiro reflita sobre o significado “dessa operação, ridícula e patética, que a Polícia Federal montou hoje.”

Desconstrução

O presidente da CUT São Paulo, Douglas Izzo, afirmou à Rádio Brasil Atual que a condução coercitiva de Lula, de seus familiares e de integrantes do Instituto Lula tem como alvo antecipar o processo que deveria ocorrer nas eleições de 2018.

“Hoje vemos uma grande armação. A ideia é destruir antecipadamente o embate acerca de um projeto social que o ex-presidente representa e que seria avaliado nas eleições. O ato da Polícia Federal é político.”