Pré-sal

CUT e FUP: projeto é ‘golpe brutal’ nos trabalhadores e no povo

Entidades prometem mobilização e criticam o governo, que teria rompido 'a frágil relação que tinha com os movimentos sociais e sindical'

Arquivo/CUT

“Governo precisa aprender que é preferível perder com dignidade do que ganhar fazendo concessões de princípios”

São Paulo – A CUT e a Federação Única dos Petroleiros (FUP) divulgaram hoje (25) nota na qual classificam de um “dos golpes mais brutais na classe trabalhadora” a aprovação do projeto, ontem, que retira a obrigatoriedade de a Petrobras ser a operadora única do pré-sal, além de retirar a participação mínima de 30% na exploração. Para as entidades, trata-se de “um golpe no projeto democrático-popular, voltado para a distribuição de renda, geração de emprego e investimentos em políticas públicas que melhorem a vida dos brasileiros”.

“Os senadores aprovaram um projeto de José Serra (PSDB-SP) que privatiza o pré-sal. Isso significa que o Senado abriu mão da soberania nacional e de todos os investimentos gastos com a pesquisa na área de petróleo e gás nos últimos anos”, diz a nota assinada pela CUT e pela FUP. “A luta feita em todo o Brasil para que os recursos oriundos do pré-sal sejam investidos na melhoria da educação e da saúde dos brasileiros foi ignorada pelo Senado”, acrescentam.

As entidades lembram que, para garantir a aprovação de substitutivo ao Projeto de Lei Senado (131), apresentado por Romero Jucá (PMDB-RR), o governo fez acordo com a bancada do PSDB e parte da bancada do PMDB. Para a central e a federação, o governo “renunciou à política de Estado no setor petróleo e permitiu um dos maiores ataques que a Petrobras – única empresa que tem condição de desenvolver essa riqueza em benefício do povo brasileiro – já sofreu em sua história”. E acrescentam: “Fazer acordo para aprovar o projeto de Serra é o sinal mais claro de que o governo se rendeu às chantagens e imposições do Parlamento e do mercado, rompendo a frágil relação que tinha com os movimentos sociais e sindical, criando um constrangimento para os senadores que mantiveram a posição em defesa do Brasil.”

Na nota, CUT e FUP afirmam que o governo “precisa aprender que é preferível perder com dignidade do que ganhar fazendo concessões de princípios”. E afirmam que estarão na ruas “para lutar contra este projeto que entrega a maior riqueza do povo brasileiro as multinacionais estrangeiras”.

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