Rossetto chama gesto de ‘irresponsável’; Molon acusa uso de cargo para evitar cassação
Ministro do Trabalho e Previdência e o líder da Rede divulgaram indignação e perplexidade com o que definiram como manobra golpista para ampliar poder de chantagem do presidente da Câmara
Publicado 02/12/2015 - 21h14
Rossetto: “Cunha está se sentindo encurralado, tenta, com a decisão, amplificar seu poder de chantagem”
Brasília – Continuam as repercussões sobre o acolhimento do pedido para abertura de processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff, por parte do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O ministro do Trabalho e Previdência Social, Miguel Rossetto, divulgou uma nota considerando a iniciativa de Eduardo Cunha “uma irresponsabilidade com o país e uma tentativa de golpe que será derrotada”.
De acordo com Rossetto, “o deputado Eduardo Cunha, denunciado pelo Ministério Público e se sentindo encurralado, tenta, com a decisão, amplificar seu poder de chantagem”. “Toda a sociedade brasileira sabe que não há qualquer fundamento, nem jurídico nem político, que permita um pedido de impedimento da presidenta”, diz. “Vamos continuar a governar e a trabalhar para superar os problemas do país”, acentuou.
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Outro a se pronunciar foi o líder da Rede de Sustentabilidade na Casa, deputado Alessandro Molon (RJ), que é considerado um opositor constante às manobras regimentais usadas por Cunha durante a votação de matérias. Ele afirmou há pouco que a iniciativa consiste em “clara retaliação à perspectiva de derrota dele no Conselho de Ética”.
Segundo Molon, “mais uma vez fica evidente que o deputado Eduardo Cunha usa a presidência da Casa para atrapalhar o avanço do processo contra ele e punir quem se coloca em seu caminho”. “Espero que o procurador-geral da República acolha a nossa representação, que pede seu afastamento imediato, para livrar a República da lógica da chantagem e da ameaça”, acrescentou ainda o parlamentar.