pelo impeachment

Líder do Vem Pra Rua diz que fracasso de público foi o ‘pouco tempo de divulgação’

“Houve muito pouco tempo de divulgação. É normal que um movimento com menos tempo de divulgação tenha menos gente. Não nos surpreende”, ressaltou Rogério Chequer

Danilo Verpa/Folhapress

Paulista: público menor do que nos atos anteriores mostra que tese do impeachment perde adesão

São Paulo – Um dos líderes do movimento Vem Pra Rua, Rogério Chequer disse à Agência Brasil que o fracasso de público na mobilização a favor do impeachment da presidenta Dilma Rousseff neste domingo (13), na avenida Paulista, ocorreu pela falta de tempo para divulgação.

“Houve muito pouco tempo de divulgação. É normal que um movimento com menos tempo de divulgação tenha menos gente. Não nos surpreende”, ressaltou. Segundo o líder do Vem Pra Rua, a mobilização é importante para pressionar os parlamentares. “É preciso que esses deputados, já a partir de agora, se posicionem e mostrem a sua posição com relação ao impeachment.”

O líder do Movimento Brasil Livre, Kim Kataguiri, também tentou justificar o público menor com o mesmo argumento: “A gente teve muito pouco tempo para divulgar e organizar essa manifestação”.

A PM informou que a manifestação reuniu 30 mil pessoas. Já segundo o Datafolha, o ato na Paulista reuniu 40.300. De qualquer modo, é o número mais baixo nas manifestações deste ano: em março foram 210 mil; em abril, 100 mil; e em agosto, 135 mil. Em relação à primeira manifestação, o público de hoje teve uma queda de 80% pelo menos.

Desde o final da manhã, manifestantes favoráveis ao impeachment foram à Paulista. Vários carros de som foram estacionados ao longo da via, que, aos domingos, tem o tráfego de veículos interrompido. Os participantes do ato vestiam camisas amarelas ou traziam adereços, como lenços, faixas e pintura de rosto com as cores da bandeira nacional.

A Rede Globo mostrou a manifestação em Florianópolis, com cerca de 300 pessoas, e disse que a coordenação do movimento não quis fazer estimativa de participantes. A emissora informou também que um dos carros de som da Paulista pediu a saída da presidenta Dilma e do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). No fim da tarde, a emissora não mostrava mais imagens da concentração.

Acompanhado da esposa e das duas filhas, de 7 e 5 anos, o administrador Eduardo Longo disse acreditar que o protesto é parte de um momento histórico. “A gente não aguenta mais este governo. Primeiro, a corrupção está enorme. Depois, as medidas econômicas, as pedaladas fiscais e uma série de subsídios para setores escolhidos. Coisas que não incentivam uma economia livre”, reclamou.

Longo ressaltou que não é entusiasta de um possível governo Michel Temer, mas considera a possibilidade de o vice-presidente assumir o cargo, caso ocorra o impeachment, como um passo necessário para mudança de rumos no país. “Como foi com o (ex-presidente e atual senador) Fernando Collor, lá atrás, o Itamar Franco foi um governo de transição. Ou seja, você saiu de um polo e foi para o outro.”

Além dos grupos que pedem a destituição de Dilma, aproveitam a mobilização militantes da campanha pela redução de impostos promovida pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), e partidários da volta do regime militar.

Com informações da Agência Brasil