Impeachment

Para governadores, golpismo e interesse pessoal movem Cunha

Enquanto parlamentares se inscrevem para repercutir pedido de impeachment, governadores do Nordeste enviam ao Congresso documento em que classificam ação como retrocesso institucional

Fotos Públicas

Camilo Santana (CE), Flávio Dino (MA), Jackson Barreto (SE), Paulo Câmara (PE), Renan Filho (AL) Robinson Farias (RN), Ricardo Coutinho (PB), Rui Costa (BA) e Wellington Dias (PI)

Brasília – O Congresso recebeu na tarde de hoje (3) uma nota assinada por governadores dos nove estados da região Nordeste criticando o acolhimento do pedido de impeachment por Eduardo Cunha após a notícia de que o PT iria votar contra ele no Conselho de Ética. Os governadores destacam, no documento, que Cunha reagiu por motivação pessoal e classificam a atitude do deputado como “indesejado retrocesso institucional”.

“Na verdade, a decisão de abrir o tal processo de impeachment decorreu de propósitos puramente pessoais, em claro e evidente desvio de finalidade. Diante desse panorama, os governadores (dos estados) do Nordeste anunciam sua posição contrária ao impeachment nos termos apresentados, e estarão mobilizados para que a serenidade e o bom senso prevaleçam”, acentua o documento, que acrescenta, ainda, que “o  Brasil precisa de união e não de golpismos.

A nota tem a assinatura dos governadores Camilo Santana (PT-CE), Flávio Dino (PCdoB-MA), Jackson Barreto (PMDB-SE), Paulo Câmara (PSB-PE), Renan Filho (PMDB-AL) Robinson Farias (PSD-RN), Ricardo Coutinho (PSB-PB), Rui Costa (PT-BA) e Wellington Dias (PT-PI).

Enquanto isso, na Câmara dos Deputados, é lido há mais de três horas o requerimento que pede o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, acolhido ontem pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A leitura é feita pelo 1º secretário, Beto Mansur (PRB-SP). Parlamentares entram e saem do plenário a todo momento, e muita gente está inscrita para se manifestar. Mas a peça jurídica lida por Mansur é longa, e ele não dá sinais de estar perto do final.

Distribuição das legendas

Na reunião realizada entre os partidos políticos para definir a distribuição entre cada legenda na comissão que vai apreciar o impeachment, encerrada esta tarde, as lideranças acertaram que dos 65 deputados que terá a comissão, os partidos com maior número de integrantes serão PT e PMDB, cada um com o direito de indicar oito deputados. Em seguida vem o PSDB, que poderá ter seis representantes na comissão. A composição segue a proporcionalidade dos partidos na Casa.

PP, PSD, PR e PSB indicarão, cada um, quatro deputados. O PTB indicará três, e um bloco formado pelas siglas DEM, PRB, PDT, SD, PSC e Pros vão indicar dois parlamentares.

Terão direito, nesta proporcionalidade, a indicar um representante, as legendas PCdoB, PPS, PV, PHS, PSol, PMN, PEN, PTC, PTdoB,  PMB e Rede. Ao passo que não terão direito a indicar representantes as bancadas do PRP, PSDC, PRTB e PSL. Mediante um acordo feito entre as lideranças partidárias, cada bancada tem até segunda-feira para indicar os nomes dos deputados, mas alguns partidos já se anteciparam.

O Solidariedade divulgou há pouco que os seus deputados na comissão serão Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (SP), e Arthur Oliveira Maia (BA). No PSDB, o líder Carlos Sampaio também disse que a legenda vai antecipar seus nomes até a tarde de amanhã, embora já estejam confirmados o próprio Sampaio e Bruno Araújo (PE). Mas ele destacou que os tucanos têm interesse em fazer com que os próprios líderes e vice-líderes é que sejam os demais representantes da legenda na comissão.

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