Na Câmara

PT pede retirada de acampamento do MBL em frente ao Congresso

Polícia achou revólver e armas brancas no carro de um dos participantes do protesto. Área onde estão barracas é proibida para uso de manifestantes, mas foi liberada por Eduardo Cunha

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Polícia divulga armas de fogo e brancas apreendidas em frente ao Congresso

Brasília – A bancada do PT na Câmara pediu formalmente, hoje (13), a saída dos integrantes do Movimento Brasil Livre (MBL) da área localizada em frente ao Congresso Nacional, próxima ao espelho d’água. Desde 2001 o local tem acesso proibido aos manifestantes, por ficar muito perto dos plenários da Câmara e do Senado. Mas o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), abriu exceção para o grupo.

São cerca de 60 pessoas acampadas em 50 barracas desde 21 de outubro. Com faixas e cartazes, elas pedem o impeachment da presidenta Dilma Rousseff e prometem só sair depois que for acolhido o requerimento com o pedido. Na noite de ontem, policiais do Distrito Federal encontraram no carro de um deles um revólver e várias armas brancas, como soco-inglês, canivetes e furadores de coco.

Na manifestação realizada hoje por representantes de 60 movimentos sociais pedindo a saída de Eduardo Cunha da Câmara e em defesa da democracia no país – em contraponto ao movimento pró-impeachment de Dilma –, o tratamento dado pela presidência da Câmara foi diferente. Cerca de 200  policiais, a pedido da segurança legislativa, fizeram uma barreira humana que impediu a passagem dos manifestantes em área bem mais distante do Congresso que o local onde o MBL está acampado.

Apesar disso, o líder do PT na Câmara, deputado Sibá Machado (AC), ao divulgar nota à imprensa nesta sexta-feira, preferiu não fazer comparações entre uma manifestação e outra. Ele citou apenas o caso das armas encontradas e pediu formalmente ao Ministério da Justiça e ao governo do Distrito Federal que acionem as polícias Federal e Civil para investigar a atuação desse movimento, uma vez que estão acampados no gramado do Congresso.

“Frente a tal episódio (a descoberta das armas), que revela o caráter violento e fascista dos agrupamentos golpistas, consideramos extremamente temerária a manutenção dos acampamentos nas proximidades do Congresso Nacional, que têm por objetivo destituir a presidenta Dilma Rousseff”, destacou o parlamentar, no documento.

De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, um dos líderes do movimento, identificado como Dom Werneck, afirmou que eles mesmos acionaram a polícia, por discordar desse tipo de atitude.

Sibá evitou citar nomes e acrescentou que o seu partido respeita a liberdade de expressão e de manifestação, mas avalia quetais grupos representam “uma inconteste ameaça a qualquer pessoa que eventualmente circule nas áreas adjacentes aos acampamentos”. A presidência da Câmara ainda não se manifestou sobre a saída das barracas do MBL.