Sem mudanças

PSB aprova documento criticando o governo, mas decide não se aliar à oposição

Segundo dirigentes do partido, executiva nacional quer manter postura crítica e ao mesmo tempo propositiva ao Executivo, sem vinculação com grupos de direita e com disposição para ajudar o país

Pedro Ventura/ABr

Rollemberg: “O clima no partido é de independência propositiva”

Brasília – Apesar da divisão nítida observada entre os integrantes do PSB nos últimos tempos, a executiva nacional do partido resolveu hoje (14) continuar se mantendo como legenda independente e resistir à iniciativa de boa parte da bancada no Congresso de apoiar o impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Ao mesmo tempo, os dirigentes partidários aprovaram uma resolução na qual criticam a situação do governo e chamam de “errática” a forma como tem sido conduzida a crise econômica existente no país. Também definiram que terão candidatos a prefeito nas principais cidades brasileiras no próximo ano e candidato próprio à presidência, em 2018.

“A gestão de Dilma Rousseff está entregue a forças conservadoras e antipopulares, com as quais negocia sua sobrevivência”, destaca o documento aprovado pelos integrantes da legenda. Mas apesar do texto em estilo crítico, o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg – que ao lado dos governadores de Pernambuco, Paulo Câmara, e da Paraíba, Ricardo Coutinho, vinha defendendo que o PSB continuasse da forma como se encontra  – saiu do encontro dizendo que “o clima no partido é de independência propositiva”.

Segundo Rollemberg, prevaleceram “o bom senso e a decisão equilibrada”. E equilíbrio é o que, a seu ver, a população espera hoje dos políticos. “Queremos uma posição de independência, que nos permita olhar para o Brasil com serenidade e ajudar a melhorar a situação econômica”, afirmou.

‘Pouca expressividade’

Já o presidente nacional do partido, Carlos Siqueira, que queria uma definição da legenda no sentido oposicionista, disse em nota que apesar da enorme ginástica em termos de articulação política, considera as medidas adotadas recentemente pelo Executivo pouco expressivas “para fins de ampliação da governabilidade, particularmente porque se subordinam à lógica da concessão de postos e cargos, para os quais sempre há uma demanda muito maior do que a oferta, especialmente em tempos de restrições orçamentárias”.

Ainda de acordo com Siqueira, dessa forma o governo “se vê entregue a forças conservadoras e antipopulares, com as quais negocia sua sobrevivência”. A posição da legenda, portanto, fica sendo de não se aliar ao que os seus integrantes chamaram de “posturas conservadoras” nem a “partidos de oposição de centro-direita”.

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