De mudança

Miro Teixeira é o primeiro representante da Rede no Congresso Nacional

Antigo colaborador de Marina Silva, deputado formalizou sua saída do Pros e afirmou que os integrantes da nova legenda terão 'discurso e prática absolutamente iguais'

Elza Fiuza / ABr

Miro Teixeira possui 11 mandatos de deputado federal, um total de 41 anos de Parlamento

Brasília – Com 11 mandatos de deputado federal, um total de 41 anos de parlamento, o ex-ministro e deputado Miro Teixeira (Pros-RJ) anunciou sua filiação à Rede, partido da ex-candidata à presidência da República Marina Silva, formalizado ontem (23). Teixeira, que participou amplamente da criação da legenda, esperava ter feito a migração no ano passado, mas com a negativa ao pedido – feita na ocasião pelo Tribunal Superior Eleitoral –, trocou 11 meses atrás o PDT, legenda da qual foi líder durante anos, pelo Pros. A mudança, segundo ele, é uma continuidade de seu trabalho e já vinha sendo esperada, diante da familiaridade que possui com a Rede. Ele passa a ser, assim, o primeiro representante da nova sigla no Congresso Nacional.

Ao explicar sua transferência, Miro Teixeira afirmou que a Rede não está sendo criada para ser “mais uma legenda”, e o partido mostrará, com o trabalho a ser desenvolvido, que entre os seus integrantes “discurso e prática serão absolutamente iguais”.

“A unanimidade do Tribunal Superior Eleitoral reconheceu, até com palavras candentes dos ministros, o esforço que foi feito para a criação dessa legenda, que não será, exclusivamente, mais uma, com todo respeito às demais”, acentuou o deputado. Teixeira também aproveitou para agradecer à executiva nacional do Pros, em discurso no plenário, pelo que chamou de “filiação temporária democrática”.

Questões regionais

Depois da negativa do TSE à criação da Rede, em 2014, com o argumento de que não existia número suficiente de assinaturas para a criação do partido, Miro Teixeira fez a opção de migrar para o Pros, em vez de seguir Marina Silva para o PSB, por conta de questões regionais no seu estado, o Rio de Janeiro. É que, caso fosse para o PSB, ele poderia ter o seu mandato reivindicado pelo PDT e ser punido por infidelidade partidária – enquanto a filiação a uma legenda recém-fundada não poderia ser configurada como infidelidade.

Teixeira, que foi um dos principais colaboradores de Marina Silva no trabalho de convencimento a políticos de todo o país para adesão e formação da Rede, tem 70 anos e possui, segundo o site Congresso em Foco, o mesmo número de legislaturas que os ex-presidentes da Câmara Ulysses Guimarães (PMDB-SP) e Henrique Eduardo Alves (PMDB), atual ministro do Turismo, tiveram. Por conta disso, como não poderia deixar de ser, é costumeiramente chamado pelos colegas de “decano da Casa”.

De acordo com ele, outros deputados já demonstraram interesse em ingressar no novo partido e devem fazer seus anúncios nas próximas semanas.

Com informações do Congresso em Foco

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