Reunião de líderes

Costa: ‘Se Congresso não gostar das medidas, terá de produzir outras com o mesmo efeito’

Líder do PT no Senado reconheceu que é preciso aprofundamento do diálogo entre Executivo, Legislativo e a sociedade, defendeu medidas anunciadas ontem e destacou necessidade do pacote

Roberto Stuckert Filho/PR

Dilma reúne-se com líderes da base aliada no Senado e ministros

Brasília – Pouco antes de entrar para a reunião dos líderes do Senado com a presidenta Dilma Rousseff, o líder do PT na Casa, senador Humberto Costa (PT-PE), disse hoje (15) que os parlamentares têm de reconhecer, depois do anúncio das medidas do ajuste, que o Executivo tomou a iniciativa de cortar ainda mais recursos do seu Orçamento, assim como a necessidade de serem criadas novas fontes. Costa também destacou que é preciso aprofundar o diálogo entre governo, Congresso e a sociedade para que o pacote de medidas seja aprovado e que o foco neste momento tem de ser a aprovação do pacote de medidas.

De acordo com o líder do PT, se o Congresso entender que essas medidas não são adequadas, terá de produzir outras que levem ao mesmo efeito. “Se não é uma nova CPMF, o que será no seu lugar para garantir o equilíbrio fiscal?”, questionou.

Costa admite que haverá muita discussão sobre itens polêmicos dentre as medidas, como o adiamento do reajuste dos servidores públicos, uma vez que várias categorias encontram-se em negociação salarial e este ponto sempre foi defendido pelo PT. Mas ressaltou que é preciso ser feita uma discussão para que haja acordo com os servidores e os setores envolvidos.

“Claro que essas medidas têm um peso negativo. Ninguém gostaria que tivesse corte de investimentos ou aumento de impostos, mas a iniciativa é necessária”, afirmou. Humberto Costa é tido como um dos parlamentares mais ponderados a participar do encontro que ocorre nesta tarde e que poderá ajudar a equilibrar a discussão ao lado dos demais líderes da base aliada do governo no Senado, de forma a evitar impacto negativo da reunião.

Confronto

O intuito principal do Executivo é evitar que se repita episódio observado no encontro realizado entre lideranças da base na Câmara, a presidenta Dilma Rousseff e ministros, durante a manhã, quando logo após Dilma sair da sala, teve início um bate-boca entre Joaquim Levy (ministro da Fazenda) e o líder do PSD, Rogério Rosso (DF).

Rosso pediu a Levy que visitasse mais a população e “fosse mais em chão de fábrica”, porque sua política econômica não estaria funcionando. Como resposta, ouviu do ministro que a retirada do grau de investimento do Brasil foi por culpa do Congresso Nacional, numa discussão que provocou uma saia-justa só amenizada com a interferência do ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante.

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