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Margaridas gritam contra golpe e Dilma emenda: ‘Eu envergo, mas não quebro’

Ao participar do ato no estádio Mané Garrincha, a presidenta promete estímulos à produção no campo, critica a violência e assume compromissos pela saúde das mulheres

Lula Marques/APT/Fotos públicas

Dilma cita Lenine – “Eu envergo, mas não quebro” – e diz que não permitirá retrocessos sociais e democráticos

Brasília – A presidenta Dilma Rousseff encerrou hoje (12) a Marcha das Margaridas, no estádio Mané Garrincha, citando um trecho da canção Envergo, Mas Não Quebro, de Lenine. “E em noite assim como esta, eu cantando numa festa, ergo o meu copo e celebro os bons momentos da vida, e nos maus tempos da lida eu envergo, mas não quebro”, disse a petista. Ela emendou dizendo que segue em frente, como as Margaridas. Disse ainda que continuará trabalhando para realizar os sonhos dos brasileiros. “Juntas, nós Margaridas, não permitiremos que ocorra qualquer retrocesso nas conquistas sociais e democráticas de nosso país.”

Ao chegar, foi recebida com gritos de “Não vai ter golpe” e “Fora Cunha”, em referência ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que no mês passado declarou ser opositor ao governo Dilma.

No mês passado, a organização da Marcha das Margaridas apresentou ao governo uma pauta de reivindicações dos trabalhadores rurais. Segundo Dilma, esta pauta coincide com a agenda do governo, na ampliação de direitos e oportunidades para as mulheres.

Dilma anunciou para as Margaridas alguns pontos acatados da pauta e as medidas que serão tomadas. Como destaque, a presidenta falou sobre a implementação das Patrulhas Rurais Maria da Penha, com o objetivo de combater a violência contra as mulheres. “Teremos tolerância zero com a violência contra as mulheres. Além das patrulhas, capacitaremos 10 mil promotoras legais, por meio do Pronatec, que acompanharão as ações contra a violência”, afirmou.

No setor de saúde, o governo se comprometeu a criar 109 unidades móveis odontológicas para atendimento de trabalhadores rurais, sendo sete dirigidas às áreas indígenas.  No âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), nos meses de novembro, as trabalhadoras rurais serão atendidas com prioridade. Serão oferecidos exames ginecológicos, mamografias, e vacinas contra HPV. Além disso, serão aprimorados os protocolos de atendimento e tratamento de intoxicações por agrotóxicos e ataques de animais peçonhentos. O governo vai ainda implementar um programa de redução ao uso de agrotóxicos, uma das principais reivindicações da Marcha das Margaridas.

Sobre as reivindicações no setor de educação, a presidenta informou que até 2018 serão criados 1.200 espaços para creches públicas nas escolas rurais. E sobre o acesso ao crédito, anunciou que será realizada uma revisão dos cadastros e atualização dos perfis já inscritos nos programas do governo.

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