Em São Paulo

Abimaq, Força, UGT e CGTB protestam ‘em defesa da indústria e do emprego’

Ato na Paulista reuniu 5 mil pessoas para lançar 'grito de alerta' contra desindustrialização do país, segundo dirigente empresarial Carlos Pastoriza, que não vai estar na manifestação contra Dilma domingo

André Tambucci/Fotos Públicas

Segundo organizadores, 5 mil pessoas participaram de manifestação na avenida Paulista, em São Paulo

São Paulo – Em ato realizado na manhã de hoje (13) na Avenida Paulista, em São Paulo, a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) e três centrais sindicais (Força Sindical, CGTB e UGT) pediram uma política econômica que reverta a desindustrialização do país. Intitulada “Grito em Defesa da Indústria e do Emprego”, a manifestação reuniu 5 mil pessoas, segundo os organizadores.

Enquanto o deputado Federal Paulo Pereira da Silva (SD-SP), o Paulinho, presidente licenciado da Força e presidente de seu partido, marcou encontro com os manifestantes no próximo domingo (16), na Paulista, “para dizer não a esse governo”, o presidente da Abimaq, Carlos Pastoriza, afirmou à RBA que não estará no protesto contra o governo Dilma Rousseff.

Segundo ele, a manifestação de hoje foi um “grito de angústia” e de alerta aos governantes devido a erros de política econômica que estariam “destruindo a indústria brasileira” e a possibilidade de o Brasil ser uma potência. “Mas nosso ato se cinge aos temas econômicos, não entramos em temas políticos. Como domingo vai haver temas políticos, com todo o respeito aos manifestantes, a Abimaq enquanto entidade não pode participar.”

Pastoriza ressalvou que os associados da entidade estão livres para ir às manifestações de domingo como cidadãos: “A Abimaq é uma associação apartidária e temos no nosso estatuto a proibição de, enquanto dirigentes da entidade, nos envolvermos em movimentos que têm conotação político-partidária.”

Em discurso, o empresário declarou que o ato objetivou dizer “não a esses juros ‘pornográficos’, que matam o consumidor e as empresas, não ao sistema de impostos e a esse câmbio desequilibrado que desfavorecem a produção local”.

O presidente da Força Sindical, Miguel Torres, criticou o governo: “A crise está acabando com a indústria, o empresário nacional. Já dura oito meses, sem nenhuma expectativa de acabar”. Disse ainda que “falta um timoneiro nesse barco, falta alguém que conduza a retomada, mas não estamos achando nesse momento essa pessoa”.

Com discurso mais ameno do que em outras ocasiões, Paulinho reconheceu que a manifestação ficou aquém do esperado, mas disse que foi simbólica. “Quem sabe este pequeno ato com mais de 5 mil trabalhadores e empresários sirva para a gente atrair os demais.”

Diversos sindicalistas criticaram a ausência do presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, no evento. Claudio Magrão, da Força Sindical e presidente da Federação dos Metalúrgicos do Estado de São Paulo, foi um deles. Ele pediu “uma vaia” a Skaf.

Paulinho também atacou o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), pelo pacote anticrise que apresentou na segunda-feira (10), que incluía a possibilidade de cobrança por alguns procedimentos do SUS – proposta depois retirada –, reforma da Lei de Licitações, aprovação da chamada lei de responsabilidade das estatais e reforma do ICMS, entre outras medidas. “Esse Renan Calheiros, vai pagar a conta por isso na rua”, prometeu. “Domingo todo mundo aqui na Paulista para dizer não a esse governo”, conclamou.

Em seu discurso, o presidente da CGTB, Ubiraci Dantas de Oliveira, o Bira, que, como Paulinho, defende abertamente a saída de Dilma, afirmou que “estão privatizando a Petrobras aos poucos para fazer aceno ao Obama”.

O presidente da UGT, Ricardo Patah, não participou do ato na Paulista. Segundo o diretor da central Josimar Andrade, Patah está em Brasília “discutindo as questões sindicais”. A presidenta Dilma marcou para hoje reunião com objetivo de ouvir as centrais sindicais. CUT e CTB confirmaram presença.

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