Ingerência

EUA sabiam da situação de presos políticos antes dos familiares

Documentos secretos dos anos 1970 revelam que governo norte-americano monitoravam ações da repressão

Sindicalista Virgílio Gomes, morto horas depois de sua prisão, informada por telegrama em setembro de 1969

São Paulo – Os 538 documentos secretos entregues durante a visita da presidenta Dilma Rousseff aos Estados Unidos na semana passada contêm informações de ações do aparato repressivo do regime militar sobre a situação de presos políticos. Órgãos de inteligência dos Estados Unidos sabiam, por exemplo, do fim do operário Virgílio Gomes da Silva, em 1969, do deputado Rubens Paiva e do estudante Stuart Angel, ambos em 1971.

Segundo as versões oficiais, nos três casos os militares diziam que as vítimas haviam fugido e, desde então, foram considerados “desaparecidos” – enquanto os americanos já tinham mãos relatos sobre as mortes dos prisioneiros. Os Estados Unidos sabiam, também, que um capitão e um sargento do Exército eram os autores – e não vítimas, como se alegava – da tentativa de atentado ao Riocentro em 30 de abril de 1980, durante um show em comemoração ao 1º de Maio.

Assista à reportagem da TVT.