guerra da informação

Dilma reage no tom correto ‘a onda golpista’, diz Vannuchi

Para o comentarista político, pela primeira vez presidenta dá uma resposta contundente a 'escalada golpista que quer criar danos não só à classe trabalhadora, mas à própria democracia brasileira'

Lula Marques/ Agência PT

Dilma durante a reunião do programa de proteção ao emprego: ideia para minimizar crise econômica

São Paulo – A reação da presidenta Dilma Rousseff à “onda golpista” articulada pela oposição e pela mídia no último fim de semana representa um ganho para a democracia, segundo avaliação do analista político Paulo Vannuchi. Em comentário hoje (7) na Rádio Brasil Atual, ele acrescenta o anúncio do Programa de Proteção ao Emprego (PPE), ontem, como outro acerto da presidenta diante do ambiente de crise.

O governo enfrenta momentos difíceis desde o pós-eleição. E enquanto na economia, a conjuntura internacional não favorece a retomada do crescimento; na política, a articulação de movimentos inflados pelos meios de comunicação tentam criar ambiente que mantenha a presidenta acuada. “Ao convocar reunião do Conselho Político, Dilma lançou pela primeira vez um indispensável contra-ataque a essa escalada golpista, que quer criar danos não só à classe trabalhadora, mas à própria democracia brasileira para que o capital governe livremente, como sempre governou neste país, sobretudo nos 21 anos de ditadura”, afirmaVannuchi.

Para o colunista, Dilma reagiu no tom certo a afirmar que defenderá mandato com unhas e dentes e acusar a articulação golpista em curso, “Chegou e lembrar que inventaram e divulgaram na internet que ela tinha tentado suicídio, uma grande besteira. E agora não venham querer que ela cometa suicídio político”, diz Vannuchi, observando que o noticiário do fim de semana tentou demarcar que o PSDB marcou prazo para Dilma cair: “Ricardo Noblat, d’O Globo, dizia que ela não vai até setembro, outros iam com a ideia de que vai até dezembro, e isso é uma estupidez sem base em nenhum fato concreto (…) Eu imagino se houve uma troca de telefonemas entre os donos da Globo, da Veja, da Folha, do Estadão, para combinar esse clima criado artificialmente”.

Vannuchi defende que Dilma vá ao rádio e à televisão “muitas vezes”, e que chame o movimento social para defender a democracia brasileira, “também com unhas e dentes”. Segundo ele, há “muitas energias armazenadas no bloco de Dilma e ela tem uma popularidade muito reduzida neste momento, mas ela não perde nada e ganha tudo quando sai para o contra-ataque”.

Proteção ao emprego

O PPE é visto pelo colunista como uma vitória que “tem embalagem da Central Única dos Trabalhadores e do próprio Sindicato dos Metalúrgicos do ABC”, que há muito tempo insistiam na fórmula elaborarada e negociada com a CUT, com outras centrais e com empresários, sobretudo do setor automobilístico.

“O diretor da TVT, Valter Sanches, membro do comitê mundial dos trabalhadores da Mercedes, também já apresentou na Rádio Brasil Atual algumas vezes essa ideia para cenários de crise, como a atual”, diz. Vannuhi destacou que “a crise não pode ser perpetuar por anos a fio, é preciso marcar um fim para ela”. Segundo Dilma, essa data é o fim de 2016.

“O trabalhador entende (essa proposta) como melhor que o desemprego, que cria uma insegurança econômica brutal. Para a empresa interessa muito, então, o jogo é de ganha-ganha, porque para a empresa demitir também é caro e desorganiza o seu setor de recursos humanos”, afirma Vannuchi.