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Presença de Dilma em Salvador alivia tensão sobre PT ‘dividido’

Presidenta é aguardada por volta das 21h. Sua presença pode ser considerada mais importante do que a do próprio ex-presidente Lula

Ag.A Tarde/Folhapress

Para Falcão, críticas internas são recebidas naturalmente dentro de um partido “plural”

Salvador – O presidente nacional do PT, Rui Falcão, anunciou no início da noite, em entrevista coletiva, a aprovação da Carta de Salvador, na capital baiana, onde o partido abre hoje (11) o seu 5º congresso nacional, O texto foi aprovado depois dos debates sobre seis teses apresentadas por correntes da legenda. Mas a grande expectativa é quanto à chegada da presidenta Dilma Rousseff, cuja presença é dada como certa por Falcão. Ela é esperada para as 21h.

A vinda de Dilma, se confirmada, é um alívio evidente para a direção do PT, e claramente expressada por seu presidente. Com a demora da confirmação da presidenta, os rumores eram de que sua ausência era sinal do clima tenso entre o PT governista e as alas mais próximas dos movimentos sindical e sociais. Por tudo isso, a vinda de Dilma pode ser considerada mais importante ao partido na abertura do congresso do que a do próprio ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao menos pela direção do PT, que trabalha a ideia da unidade, apesar das críticas e divergências.

A uma pergunta sobre o que espera da fala da presidenta, Falcão respondeu que “a presença dela já facilita”. “Certamente, ela vai informar o que está fazendo, os projetos futuros, como o Minha Casa, Minha Vida 3, as dificuldades com o Congresso, mas não creio que falará nada que dificulte a nossa vida.”

Segundo Falcão, as críticas de setores como o PT cutista e a tendência Articulação de Esquerda são recebidas naturalmente dentro de um partido “plural”.  O presidente da legenda, porém, afirmou que o projeto de lei da terceirização, aprovado na Câmara e em tramitação no Senado, é um exemplo de tema em que há convergência no partido. “Se passar no Senado, o PT quer que a presidenta vete”, disse.

Ele também afirmou que, embora seja necessário “retificar eventuais problemas da economia”, o partido vai trabalhar no sentido de “mudar o sistema tributário, que é injusto”. Segundo ele, é preciso taxar as grandes fortunas, regulamentando a Constituição, “reavivar a CPMF, que é um imposto limpo e justo”, e retomar “o investimento que é necessário”. “Para avançar e manter esse modelo que começou com Lula não dá para manter o atual sistema tributário.” Ele mencionou ainda o aumento de alíquotas do IR e desonerar salários de tributos como exemplos de teses coerentes do partido em relação à sua história.

O debate das seis teses apresentadas, que redundou na aprovação da “Carta de Salvador”, teve a participação de 525 delegados, de 800 possíveis.

Para o líder do PT na Câmara dos Deputados, Sibá Machado (AC), “o congresso (do partido) tem que evitar olhar mais para dentro do PT e olhar mais para fora. É preciso ajudar o governo neste momento. Nessa conjuntura econômica, precisa de apoio ao ajuste fiscal”, disse à RBA. Sobre as críticas ao ajuste fiscal, o líder afirma considerá-las “normais”. Ele reconhece que o crescimento do país não é o “desejado”. “Ninguém quer perder, mas o ajuste é necessário.”

O congresso petista termina no sábado (13).

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