fim do fator

‘Caminho do meio escolhido por Dilma para aposentadorias foi inteligente’, diz Vannuchi

Analista destaca disposição da presidenta em ceder e classifica como razoável a alternativa proposta para substituir o fator previdenciário

Valter Campanato/ABR

Sem mobilização dos trabalhadores, solução poderia ter sido ‘muito pior’, afirma Vannuchi

São Paulo – O analista político da Rádio Brasil Atual, Paulo Vannuchi, classifica hoje (19) como “razoável e inteligente” a postura da presidenta Dilma, que vetou a lei de conversão da Medida Provisória (MP) 664, que permitia substituir o fator previdenciário do cálculo das aposentadorias, e editou nova MP em que assegura a fórmula 85/95, aprovada pelo Congresso como alternativa ao fator, mas introduz uma regra de progressividade.

O analista diz que a presidenta optou pelo “caminho do meio”. “É como se ela nem vetasse, nem aprovasse. Ela fez um veto que não é bem um veto”, destaca o analista. “Todo caminho do meio sempre cria apoio, de um lado e de outro, e descontentamento, de um lado e de outro.” O mais importante, para Vannuchi, é que Dilma “conseguiu sair das cordas”, no tema das aposentadorias, e, principalmente, porque a presidenta “esteve disposta a ceder”.

Na democracia, no diálogo com os movimentos sociais, um governante precisa estar disposto a ceder. Dilma parece que tem dificuldade com essa ideia. Ela é muito firmada na questão da sua firmeza, da sua autoridade, da sua capacidade em ser enérgica e, nesse sentido, ela exagera, é dura, em momentos que era melhor ser flexível”, comenta o analista.

“Em uma boa democracia, o presidente não governa só com as suas opiniões pessoais. Ele ouve, ele dialoga com adversários”, ressalta Vannuchi.

O analista destaca também a mobilização das centrais sindicais, em especial da CUT, que ainda seguem discutindo pela melhor solução. “Seria muito pior se a classe trabalhadora não tivesse ido pressionar, fazer a vigília, o acampamento de vários dias. Às vezes, enfrentando inclusive a truculência policial.”

Confira o comentário completo para a Rádio Brasil Atual:

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