entrevista coletiva

Na Bahia, Rui Falcão defende CPMF e avalia congresso do PT como ‘bem-sucedido’

Questionado sobre discordância do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, quanto à criação de tributo, dirigente disse: 'Ele tem direito de se manifestar, como nós temos direito de propor'

pedro ladeira/folhapress

Rui Falcão: “Se não for a CPMF, certamente haverá algum tipo de contribuição para financiar a saúde”

Salvador – Em entrevista coletiva de cinco minutos em Salvador, onde o partido realiza seu 5º congresso, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, reafirmou seu apoio à recriação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) ou de um tributo semelhante. A declaração de Falcão se deu num contexto de grande interesse midiático pelo tema. Grande parte dos líderes ou representantes do governo, como o ministro da Saúde, Arthur Chioro, são questionados sobre o tema durante a realização do evento.

“Continuo a favor (da CPMF). Pessoalmente, venho defendendo isso. O ministro Chioro, ao que me consta, foi autorizado pela presidenta a buscar uma forma de financiamento para a saúde. Se não for a CPMF, com esse nome, certamente haverá algum tipo de contribuição para financiar esse serviço”, disse o dirigente.

Questionado sobre a posição do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que é contrário à recriação da CPMF, Falcão declarou: “Ele tem direito de se manifestar, como nós temos direito de propor. O importante é que haja outra forma de financiar a saúde. Defendo a CPMF porque é um imposto limpo, transparente, não prejudica a maior parte da população e dá uma transparência importante para o sistema financeiro e bancário”.

Balanço

Falcão apresentou um balanço do congresso do partido, segundo ele, “totalmente bem-sucedido”. Dos 800 delegados previstos no evento, aberto oficialmente ontem com a participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidenta Dilma Rousseff, foram credenciados 756, segundo ele. A maior delegação é de São Paulo, com 173 presentes. Participam 373 mulheres e 383 homens. Dos delegados, 20% são jovens, 30% são negros e índios. “O congresso é totalmente bem-sucedido, bem distribuído entre homens e mulheres e contemplando a diversidade das etnias e dos jovens”, avaliou.

Falcão falou também do documento assinado e divulgado por 35 deputados da bancada do partido na Câmara dos Deputados, intitulado “Mudar o PT para continuar mudando o Brasil”, apresentado aos debates do congresso do partido. Nele, os parlamentares defendem que o PT convoque um Congresso Constituinte, “desenvolva um combate sem tréguas à corrupção”, intensifique a campanha por uma efetiva reforma política “que garanta mais democracia e mais representatividade” e reavalie sua política de alianças para 2016 e 2018.

Sobre o documento, Rui Falcão falou pouco. Disse que será examinado nas emendas que serão apresentadas amanhã (13), para posterior consolidação da Resolução tirada do congresso. “(As propostas) serão examinadas nas emendas que podem ter sido apresentadas hoje nos grupos e se forem a voto vamos ter o resultado amanhã.”

 

 

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