diálogo com EUA

Brasil e Estados Unidos fecham acordo sobre combate à mudança do clima

Brasil se compromete a acabar com desmatamento ilegal, prevendo reflorestar 12 milhões de hectares até 2030; os dois países buscarão atingir meta de 20% de fontes renováveis em suas matrizes

Roberto Stuckert Filho / PR

Dilma e Obama durante reunião de trabalho na Casa Branca: compromisso em mitigar as mudanças do clima

Washington – O Brasil e os Estados Unidos fecharam acordo bilateral de compromissos para mitigar as causas da mudança do clima. O Brasil se comprometeu a acabar com o desmatamento ilegal de florestas. O documento informa que o Brasil pretende restaurar e reflorestar 12 milhões de hectares de florestas até 2030.

O Brasil e os Estados Unidos pretendem atingir a meta de 20% de participação de fontes renováveis em suas matrizes energéticas. O acordo foi fechado na visita da presidenta Dilma Rousseff aos Estados Unidos.

A Declaração Conjunta Brasil-Estados Unidos sobre Mudança do Clima afirma que o governo brasileiro implementará políticas para eliminação do desmatamento ilegal, em conjunto com o aumento ambicioso de estoques de carbono por meio de reflorestamento e da restauração florestal.

Das 100 maiores empresas do país, 82 já adotam ações de mitigação ou de adaptação às mudanças climáticas, revela pesquisa do Instituto Datafolha para o Observatório do Clima e para o Greenpeace, feita em março e abril deste ano.

As iniciativas de mitigação e adaptação às mudanças climáticas são variadas:  vão desde soluções para reduzir o consumo de água e energia (apontado por 40% das empresas) até ações para diminuição de poluentes (23%) e campanhas de educação e conscientização (12%).

“Muitas empresas adotam medidas para lidar com os desafios da mudança climática ou se preparam para adotar medidas para lidar com esses impactos e suas consequências, tal como a escassez de insumos como a água”, disse Carlos Rittl, secretário executivo do Observatório do Clima.

Dilma fala em ampliar parceria

Em discurso no encerramento do Encontro Empresarial sobre Oportunidades de Investimento em Infraestrutura no Brasil, em Nova York, a presidenta Dilma Rousseff afirmou ontem (29) que o Brasil quer ampliar as relações com os Estados Unidos, não apenas entre os governos, mas também com as empresas norte-americanas, a sociedade e com a academia. Segundo ela, os Estados Unidos são um dos parceiros fundamentais do Brasil tanto no que se refere ao comércio quanto aos investimentos.

Dilma disse que o Brasil e os Estados Unidos têm uma longa história de cooperação e integração econômica e compartilham uma trajetória de experiências comuns.

Os norte-americanos são os principais investidores estrangeiros no Brasil, com aplicações que somam US$ 116 bilhões em 2013. Três mil empresas dos Estados Unidos atuam no Brasil em áreas como petróleo, gás, energia elétrica, bancos, telecomunicações, atividades imobiliárias, automóveis, metalurgia e agricultura.

As empresas brasileiras têm um estoque de US$ 15,7 bilhões investidos em negócios como alimentação, siderurgia, serviços de informação e produtos farmacêuticos.

A presidenta disse que o Brasil tem interesse em parcerias nas áreas de educação, ciência, tecnologia e inovação. E comentou que a visita à Califórnia tem o objetivo de aprofundar contatos em três áreas: tecnologia da informação, biotecnologia e de defesa, sobretudo, aeroespacial.

Dilma ressaltou que o Brasil e os Estados Unidos têm muitas semelhanças. “O Brasil é um país continental como os Estados Unidos; nós temos um grande mercado consumidor; somos uma economia de mercado; temos tradição de transparência; respeitamos contratos; e temos uma institucionalidade bastante forte no que se refere à segurança jurídica”. A presidenta acrescentou que os dois países são sociedades democráticas com instituições sólidas, estabilidade política e respeitam a liberdade de imprensa. Dilma concluiu dizendo que o Brasil considera que todos os grandes investidores, os pequenos e os médios, de todas as regiões do mundo, são bem-vindos.

Hoje a presidenta teve encontro de trabalho com Obama. Amanhã (1º), ela viaja para a Califórnia, onde visita universidades norte-americanas e encontra empresários.

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