perdendo a base

Vannuchi: ‘Trabalhadores são a defesa de Dilma, mas ainda esperam sinalização positiva’

Marcelo SantAnna/Fotos Públicas Trabalhadores voltam às ruas para exigir ajuste fiscal de Dilma sem reduzir direitos conquistados São Paulo – “A manifestação é clara no sentido de que, se tem […]

Marcelo SantAnna/Fotos Públicas

Trabalhadores voltam às ruas para exigir ajuste fiscal de Dilma sem reduzir direitos conquistados

São Paulo – “A manifestação é clara no sentido de que, se tem alguém nesse país, que vai sair em campo para defender o governo Dilma é essa classe trabalhadora, que até o presente momento não tem recebido dela nenhuma sinalização positiva”, afirma o analista político Paulo Vannuchi, em seu comentário sobre o Dia Nacional de Lutas a favor de direitos dos trabalhadores, hoje (29), para a Rádio Brasil Atual.

O comentarista explica o motivo da manifestação, e que o ajuste fiscal proposto pelo governo federal é necessário, mas desde que não inclua a retirada de direitos de quem tem menos recurso. “É um Dia Nacional de Paralisação e Manifestação, contra o PL da Terceirização, contra as duas medidas provisórias de dezembro, as MPs 664 e 665, e outras medidas de ajuste fiscal que, equivocadamente, vão sendo implantadas no Brasil. O ajuste é necessário, porém para ser respeitado teria de distribuir a carga do ajuste nas costas, especialmente junto aos mais ricos, aos bancos, que estão divulgando resultados espetaculares.”

Para Vannuchi, a mobilização não tem como apoiar a presidenta, pelo fato de Dilma ter autorizado os equívocos, e diante dos erros cometidos, ainda não demonstrou uma forma clara de correção. “Claro que ela começa a sinalizar, aqui e ali, em agregar um ou outro dispositivo nessa linha, percebendo o erro absurdo da falta de diálogo em dezembro, e desse ajuste do início do ano. Qualquer diálogo permitiria que uma central, como a CUT, apresentasse essa proposta.”

O analista lembra que a vitória de Dilma em 2014 foi oriunda dos movimentos sociais e das forças sindicais, para os quais ela fez sinalizações claras. “Infelizmente, passou a adotar medidas que contrariam o discurso de campanha, criando um problema que é sempre muito grave, a quebra de confiança de setores que votaram nela, porque acreditaram na sua proposta, e constataram, depois, que algumas de suas medidas contrariam e se opõem a essa proposta.“

Ao mesmo tempo, que as medidas foram propostas, foi aberta uma porta para que a Força Sindical, em parceria com Eduardo Cunha, coloquem o fim do fator previdenciário. Paulo Vannuchi avisa, que se Dilma vetar a mudança e, simplesmente, não oferecer nada no lugar, realmente se tornará cada vez mais difícil a luta sindical apoiar as medidas do governo.

“É importante realçar que é um momento em que não há nenhuma grande manifestação da direita programada. Entretanto, a direita já mostrou estar com ‘a faca nos dentes’, para derrotar e destruir Dilma”, analisa Vannuchi.

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