Futebol

José Maria Marin, ex-presidente da CBF, é preso na Suíça por corrupção

Outros seis dirigentes dirigentes da Fifa também foram detidos sob acusação de participação em esquema de suborno e propina de US$ 150 milhões, que existiria há mais de 20 anos

Arquivo/EBC

Marin foi visto deixando o hotel acompanhado de policiais que carregavam sua mala e seus pertences em uma sacola

São Paulo –  O ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) José Maria Marin e outros seis dirigentes da Federação Internacional de Futebol (Fifa) foram presos na manhã de hoje (27) em um hotel em Zurique, na Suíça. A polícia daquele país efetuou as prisões a pedido da Justiça dos Estados Unidos, onde corre um processo sobre corrupção na organização.

Os dirigentes da Fifa estavam reunidos para o encontro anual da organização, marcado para sexta-feira (29), no qual o presidente Joseph Blatter buscaria um quinto mandato.

Além de Marin, foram presos Eduardo Li, presidente da Federação da Costa Rica, Eugenio Figueiredo, presidente da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) e membro do comitê executivo da Fifa; Jeffrey Webb, vice-presidente da Fifa e presidente da Confederação de Futebol da América do Norte e Caribe (Concacaf); Julio Rocha, presidente da Federação Nicaraguense e membro do comitê de desenvolvimento da Fifa; Costas Takkas, ex-secretário-geral da Associação de Futebol das Ilhas Cayman; eRafael Esquivel, presidente da Federação Venezuelana de Futebol.

O Departamento de Justiça norte-americano informou ter indiciado 14 pessoas por fraude, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha: nove dirigentes da Fifa e cinco executivos de empresas ligadas ao futebol. Segundo os investigadores, os acusados movimentaram cerca de US$ 150 milhões (mais de R$ 470 milhões) em um esquema que já existiria há pelo menos 24 anos.Os negócios envolveriam direitos de transmissão e acordos de marketing em campeonatos na América Latina.

As contas dos acusados na Suíça foram bloqueadas, sob justificativa de serem utilizadas para recebimento de subornos. Segundo as autoridades norte-americanas, quatro detidos confessaram culpa.

Os outros brasileiros indiciados são José Hawilla – mais conhecido apenas por J. Hawilla – dono da Traffic Group, maior agência de marketing esportivo da América Latina, e José Margulies – conhecido como José Lázaro –, proprietário de empresas de transmissão de eventos esportivos.

A procuradora-geral dos Estados Unidos, Loretta Lynch, disse que “pelo menos duas gerações de executivos do futebol supostamente abusaram de suas posições de confiança para obter milhões de dólares em subornos e propina” e que o caso sugere que a corrupção é “desenfreada, sistêmica e tem raízes profundas tanto no exterior como aqui nos Estados Unidos”. A Justiça norte-americana quer que os suspeitos sejam agora extraditados, num processo que pode levar meses.

Em nota, a Fifa se comprometeu a colaborar e afirmou que a investigação é “para o bem do futebol” e que reforçaria medidas de combate à corrupção já adotada pela entidade.






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