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Ministros defendem reforma política como principal medida contra a corrupção

Rossetto e Cardozo ressaltam que financiamento privado de campanhas está no cerne da razão mais lembrada nas manifestações de 15 de março

José Cruz/ Agência Brasil

Em coletiva, ministros defendem ajustes e diálogo profundo, permanente e produtivo

São Paulo – Os ministros da Secretaria-Geral da Presidência da República, Miguel Rossetto, e da Justiça, José Eduardo Cardozo, concederam entrevista coletiva na noite deste domingo (15), quando a maioria das manifestações contra o governo Dilma já haviam se dispersados. Os ministros afirmaram que a presidenta vai anunciar novas medidas para combater a corrupção e voltaram a defender a reforma política, com o fim do financiamento de campanhas por empresas.  “Não é mais possível financiamento empresarial de campanhas eleitorais”, disse Cardozo.

Os ministros destacaram a solidez das instituições democráticas do país, e que apesar do clima tempestuoso no Congresso e a morosidade do Supremo Tribunal Federal em concluir a apreciação de ação movida pela Ordem dos Advogados do Brasil que contesta o financiamento privado, existe uma expectativa real, por parte do governo e de movimentos sociais, que seja posto um fim a esse modelo de financiamento de campanhas eleitorais que, segundo eles, está no cerno do combate à corrupção.

Rossetto afirmou que “o governo Dilma combate a corrupção desde sempre”, e as medidas – antes previstas para serem anunciadas em até seis meses – deverão ser antecipadas.

Ele defendeu ainda as medidas de ajuste fiscal propostas pelo governo. Segundo ele, é uma agenda que visa à preservação de emprego, renda e dos programas sociais dos últimos 12 anos, mas, frente ao esgotamento das medidas de estímulo e do baixo crescimento, é hora de ações que buscam equilibrar as contas de governo. Ele concordou que medidas desse tipo geram descontentamento em alguns setores.

Cardozo reafirmou que o governo está comprometido com as investigações de corrupção no caso da Petrobras, e que todos os investigados tenham oportunidade de defesa, e sejam punidos com o rigor da lei, em caso de culpa comprovada. “Temos o compromisso de manter e fortalecer a a autonomia das instituições que investigam e apuram irregularidades para que os fatos venham a público doam a quem doer. Diferente da história recente do país em que se cria a falsa ideia de que desvios não aconteciam apenas por que as instituições eram cerceadas no seu trabalho”, frisou.

Os ministros afirmaram não haver surpresa com a dimensão dos protestos em várias pontos do país durante o dia de ontem. Para eles, as manifestações mostraram a memória recente de uma disputa eleitoral acirrada e que a democracia garante o livre direito a pedidos por impeachment, por exemplo.

Rosseto, porém, ressalvou que “é preciso combater protestos que pedem a volta da ditadura, com intervenção militar. Isso deve ser combatido por todos aqueles que têm compromisso com a democracia”. Cardozo lembrou que posições extremistas e autoritárias existem a qualquer tempo, se verificam em diversas partes do mundo, mas que “felizmente são minoritárias.” Os ministros refutaram a tese de um governo fragilizado.

Por fim, mesmo com o crescimento econômico registrado pelos PIBs mais recentes abaixo do esperado, os ministros ressaltaram que o ano de 2014 se encerrou com as mais baixas taxas de desemprego, que a economia apresenta sólidos fundamentos, como o recorde em reservas internacionais, em condições de seguir enfrentando um contexto internacional desfavorável, sempre com a perspectiva de tentar reduzir ao máximo os impactos da crise sobre a população.

Enquanto os ministros ressaltavam a importância do diálogo, durante o período em que durou  a entrevista, houve registro panelaços e buzinaços em várias cidades do país.

Com informações do Portal Fórum

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