Lava Jato

Para Vannuchi, ataque ao ministro da Justiça é tentativa de manipulação política

Oposição e grande mídia tratam ato 'corriqueiro' como 'crime' e pedem demissão de Cardozo

Marcello Casal Jr./ABr

Cardozo: alvo de polêmica por ter recebido advogados; grande mídia atua em defesa de interesses empresariais

São Paulo – Para o analista político da Rádio Brasil Atual Paulo Vannuchi, “há uma grande manipulação política, partidária e eleitoral” em torno da Operação Lava Jato, que investiga casos de corrupção na Petrobras, “para enfraquecer Dilma e as forças mais à esquerda”.

Vannuchi comenta a polêmica envolvendo o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, duramente atacado por receber um advogado de uma das empreiteiras envolvidas no escândalo. “É absolutamente normal ele ter recebido advogados que foram levar, sim, denúncias de desrespeito aos ritos do processo levado a cabo pelo juiz federal Sérgio Moro”, afirma.

O principal ataque partiu de Joaquim Barbosa, ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), que, pelo Twitter, exigiu a demissão do ministro da Justiça por causa da audiência com os representantes dos acusados da Lava Jato.

Em nota, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) ressalta que ser recebido por autoridades públicas é uma das prerrogativas do advogado. Fazendo alusão à nota, Vannuchi comenta que “assim como médicos procuram o Ministério da Saúde, artistas e produtores culturais procuram o Ministério da Cultura, é absolutamente normal que advogados procurem o ministro da Justiça”.

O analista afirma que tal prática é corriqueira inclusive para os ministros do STF, à exceção de Barbosa, que, até ser ministro do Supremo não havia sido juiz e conservava práticas de procurador, que tem a incumbência da acusação.

Segundo Vannuchi, a mídia sabe que está havendo irregularidades processuais, vazamentos seletivos, mas não denuncia porque o seu papel não é “defender a Justiça mas, sim, os seus interesses empresariais”. “Então, esconde, faz de conta que não percebe e ataca o ministro de Dilma como se tivesse cometido um crime.”

Além dos vazamentos seletivos, o analista político comenta que o juiz Sergio Moro, que vem sendo tratado pela grande mídia como um “novo Joaquim Barbosa”, impede que depoentes mencionem deputados envolvidos no esquema – a menção aos deputados é substituída por ‘agentes políticos’, em patente irregularidade –, pois assim a investigação sairia de suas mãos e teria de passar ao STF.

Ouça o comentário completo da Rádio Brasil Atual:

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