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Rossetto: governo quer mais transparência na relação com movimentos sociais

Ministro recebeu, nesta quarta-feira, líder do MTST, Guilherme Boulos, que apresentou histórico do movimento e agenda de 2015; encontro foi articulado por secretário nacional da Juventude

Rossetto, Medina e Boulos estiveram na reunião. MTST apresenta demandas por serviços públicos em programas habitacionais

Brasília – Um estreitamento do contato entre o governo e o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) foi aberto nesta quarta-feira (21) durante reunião entre o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Miguel Rossetto, e o secretário nacional da Juventude, Gabriel Medina, com o líder do movimento Guilherme Boulos.

No encontro, no gabinete de Rossetto, Boulos apresentou propostas do movimento e sua pauta para os próximos meses. O líder, de acordo com pessoas presentes, reforçou o ideal do MTST, formado por operários informais, subempregados e desempregados sem moradia, que vivem de aluguel ou moram em áreas de risco nas periferias urbanas.

O ministro enfatizou que a ideia do Executivo é intensificar o relacionamento com “transparência, diálogo e verdade”. A reunião, realizada longe dos jornalistas, teve duração rápida. Foi um primeiro contato entre o novo governo da presidenta Dilma Rousseff e o MTST.

Após a conversa com Rossetto, Boulos continuou reunido para repassar a técnicos da secretaria alguns dos itens referentes a políticas de moradias destacados por integrantes do movimento, a pedido do ministro. O MTST reivindica política habitacional que atenda as famílias sem teto, assim como serviços públicos nas áreas localizadas ao redor das moradias populares.

Interlocução

O ministro Rossetto tem dito, desde que foi empossado, que o governo pretende fazer a ponte com os movimentos sociais. E a presidenta Dilma Rousseff já deixou claro que será ele o responsável por fazer essa ponte. O encontro foi articulado por Gabriel Medina.

Em dezembro passado, três dias antes da posse da presidenta, o movimento soltou nota esclarecendo que não integra uma frente de apoio ao governo, conforme havia sido divulgado dias antes. Mas enfatizou que participa da articulação que está sendo feita em conjunto com organizações da esquerda no sentido de construir uma frente de lutas com a plataforma de reformas populares para o país e, como tais entidades, está aberto ao diálogo.

Na última sexta-feira (17), o MTST ocupou o primeiro terreno público no estado de Goiás, em Aparecida de Goiânia, município da Região Metropolitana da capital. O coordenador do movimento destacou, na ocasião, que os seus integrantes consideram inaceitável que famílias trabalhem uma vida inteira e não consigam ter acesso a moradia digna. “Goiás é mais um desses exemplos cruéis de direitos negados à população”, destacou.

Um das ações previstas na agenda do MTST este ano é a luta pela reforma política, e pelo fim do financiamento privado de campanhas eleitorais. O movimento defende ainda a democratização dos meios de comunicação e adoção de leis que garantam maior participação social nas decisões do país.

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