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Júlio Delgado tenta superar favoritismo de Arlindo Chinaglia e Eduardo Cunha

Candidato do PSB à presidência da Câmara dos Deputados encontra governadores e líderes do PSDB e PMDB em busca de votos que o levem ao segundo turno na eleição marcada para fevereiro

Divulgação

Governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, recebeu Júlio Delgado na semana passada, no Palácio

São Paulo – O candidato do PSB à presidência da Câmara dos Deputados, Júlio Delgado (MG), está em campanha frenética para conquistar votos, superar o suposto favoritismo de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Arlindo Chinaglia (PT-SP) e conseguir chegar ao segundo turno contra um dos dois. Líder do PSB na Câmara, ele começou a semana viajando ao Rio Grande do Sul, onde foi recebido ontem (19) pelo vice-presidente nacional do PSB, o gaúcho Beto Albuquerque, e pelo governador José Ivo Sartori (PMDB).

Hoje, Delgado voou para Belém, onde se encontrou com o governador do Pará, Simão Jatene (PSDB), e também fará reunião com o prefeito da capital, Zenaldo Coutinho (PSDB). Na semana passada, o pessebista conseguiu apoio, embora discreto, do governador paulista Geraldo Alckmin e do paranaense Beto Richa (PSDB).

Alckmin não falou abertamente do encontro com Delgado no Palácio dos Bandeirantes, no dia 14, mas se deixou fotografar e não desmentiu seu apoio, divulgado pelo próprio deputado mineiro. Além do seu PSB, Júlio Delgado conta com o apoio de três partidos: PSDB, PPS e PV. A eleição será dia 1° de fevereiro.

Chinaglia e Cunha seguem apostando na ida ao segundo turno. A campanha de Chinaglia diz que ele tem 230 votos garantidos. No início do ano, o deputado Vicente Paulo da Silva (SP), o Vicentinho, afirmou que o petista teria votos inclusive de parlamentares desgarrados de PSDB e DEM. Eduardo Cunha, líder do PMDB na Câmara, e seus aliados não têm falado em números.

A guerra de informações e estratégias prossegue. Em Porto Alegre, hoje (20), Chinaglia disse, segundo a Folha de S. Paulo, que ele e Júlio Delgado têm uma relação “muito boa” e prometeu apoiar o colega do PSB se não for para o segundo turno. “Não há acordo, mas, se o Júlio for para o segundo turno, eu apoio o Júlio”, declarou o petista. É uma clara sinalização de Chinaglia para conseguir a simpatia de apoiadores de Delgado, para o caso de precisar de seus votos posteriormente. Mas há outra razão: Eduardo Cunha é um desafeto reconhecido da presidenta Dilma Rousseff na Câmara, tem dificultado a vida do governo na casa e conturbado a relação do Planalto com o PMDB.

O voto para a eleição da Câmara é secreto, o que dificulta qualquer previsão. A campanha do líder do PSB diz que outro complicador é que 198 dos 513 deputados estão assumindo pela primeira vez e 25 voltam à Casa. Do total, 198 foram reeleitos.