Oposição ?

PSB quer ‘entendimento para solucionar problemas do país’, diz Câmara

Governador eleito de Pernambuco, atual vice-presidente nacional da legenda, elogiou pedido de diálogo feito por Dilma e disse que ‘para se sair bem de problemas estruturais, é preciso conversar’

Fabricio Bomjardim/Brazil Photo Press/Folhapress

Governador de Pernambuco integra grupos que não pretende bater de frente com o governo

Brasília – Enquanto discutem no âmbito dos seus diretórios estaduais o caminho a ser tomado daqui por diante, integrantes do PSB deixam cada dia mais à mostra a possibilidade de a legenda vir a se tornar um partido independente, mantendo linha oposicionista, mas apoiando o governo em projetos que considere importantes. Essa ideia tem sido defendida por uma ala que relutou em votar pela saída da sigla da base aliada, em setembro de 2013, e possui ligações mais estreitas com o PT e o Palácio do Planalto. Na última segunda-feira (10), o governador eleito de Pernambuco, Paulo Câmara, abordou o assunto e se posicionou de forma mais maleável, acatando a possibilidade de ser buscado o que chamou de “entendimento nacional”, no caso de problemas que afetem o país.

Provocado a dar declarações sobre o tema numa entrevista coletiva, em Recife, Câmara destacou que o pedido de diálogo feito pela presidenta Dilma Rousseff após as eleições foi importante. “Para se sair bem de problemas estruturais tem de se conversar, procurar os atores para que haja um grande entendimento nacional em busca de soluções em favor do Brasil”, disse.

O governador, atual vice-presidente nacional do PSB, também afirmou que o partido vai procurar apoiar todos os projetos de interesse do país. “Se os projetos do governo federal forem bons para o Brasil, com certeza vamos contribuir para que sejam aprovados. Queremos o bem do Brasil, que o país volte a crescer, combata a inflação e que tenha políticas sociais que cheguem a todos”, colocou.

A declaração foi tida como um avanço e um ponto de equilíbrio no sentido do posicionamento a ser adotado pelo PSB a partir de 2015, já que Câmara sempre foi aliado de primeira hora do ex-governador pernambucano Eduardo Campos, falecido em agosto passado, e bastante ligado à família Campos. E sabe-se que é justamente o grupo de Pernambuco o que vinha apresentando maior resistência ao estreitamento de uma possível aproximação da legenda com o Palácio do Planalto.

Reunião da Executiva

Na próxima segunda-feira (17), a executiva nacional do partido se reunirá para definir, de uma vez por todas, a sua posição. Na última semana, foram feitas reuniões entre dirigentes nacionais e as bancadas de socialistas da Câmara e do Senado. “Precisamos ouvir todos para adotar uma posição firme e clara em relação à política social, econômica e desenvolvimentista do país”, destacou Carlos Siqueira, presidente nacional da legenda. “A intenção do PSB é manter a coerência e os compromissos políticos, ideológicos, programáticos e populares que sempre marcaram a nossa história”, completou.

Informações de bastidores dão conta que o governo tem mantido contatos com o governador eleito do Distrito Federal pelo PSB, senador Rodrigo Rollemberg – atual líder socialista no Senado – e com o ex-presidente nacional da sigla, Roberto Amaral, numa tentativa de conseguir maior aproximação. Rollemberg já declarou que, em sua opinião, o partido deve manter uma postura independente, desvinculada do caráter oposicionista do PSDB. “Não vamos apoiar o governo, mas também não vamos estar atrelados ao PSDB”, chegou a afirmar.

Segundo enfatizou o governador de Pernambuco, o partido decidirá unido. “É um momento de definição. Tivemos uma perda muito grande, que foi a de Eduardo (Campos), mas desde o seu falecimento que a gente tem procurado estar unido, ouvindo as pessoas, entendendo os contrários. Todas as posições que o partido tomou desde então foram posições com ampla maioria. Há os descontentes, mas são uma minoria. Então a gente espera manter essa coesão”, salientou Paulo Câmara.

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