Lava Jato

Para petroleiros, desvios na Petrobras apontam para a necessidade de reforma política

Secretário da federação dos trabalhadores do setor vê oportunismo e tentativa de usar denúncias de corrupção para enfraquecer a empresa e privilegiar interesses estrangeiros

Petrobras/ABr

Dirigente promete mobilização e empenho de petroleiros na defesa da empresa

São Paulo – Em entrevista à Rádio Brasil Atual, feita pelo jornalista Osvaldo Luis Colibri Vitta na manhã de hoje (26) na Rádio Brasil Atual, o secretário de relações internacionais da Federação Única dos Petroleiros (FUP), João Antônio de Moraes, disse que as investigações sobre as denúncias de corrupção na Petrobras apontam para uma dualidade, mas que também realça a necessidade de o país promover uma reforma política urgente.

Se, por um lado é positiva a perspectiva de punição de eventuais culpados por desvios que remontam à época da ditadura civil-militar inaugurada com o golpe de 1964, por outro lado, setores da mídia e grupos privados favoráveis à privatização, se aproveitam do momento para tentar “destruir” a Petrobras e entregar o pré-sal aos interesses internacionais, em vez de corrigir os problemas apontados, .

Moraes lembrou que a estatal tem hoje cerca de 90 mil trabalhadores e que levaram o país, dentre outras coisas, às reservas do pré-sal, que já correspondem a mais de 25% do petróleo consumido internamente, e apontam para formidáveis patamares de produção em um futuro próximo.

“A Petrobras hoje é responsável por mais de 11% do PIB, em um grande número de obras que movimenta todo o país. Aqueles que se aproveitam do atual momento para paralisar a Petrobras estarão prestando um desserviço ao Brasil. Entregar o pré-sal aos interesses privados internacionais é absolutamente temerário”, afirmou.

O dirigente da FUP disse também que os casos de corrupção envolvendo agentes públicos e grandes empreiteiras trazem à tona a necessidade de uma reforma política profunda: “É preciso, sim, aproveitarmos o atual momento para defendermos a reforma política com financiamento público e igualitário de campanha. Por mais que se apure e se punam os culpados, se não fizermos a reforma política, mudam-se os corruptos, mas a corrupção continua”.